Crítica | England is Mine - Descobrir Morrissey
England is Mine – Descobrir Morrissey é a primeira longa-metragem de Mark Gill, o realizador que já tinha sido nomeado para um Óscar em 2011 com a curta-metragem The Voorman Problem. O filme é um biopic de Steven Patrick Morrissey, o vocalista dos Smiths.
A história desenrola-se entre 1976 e 1982, o ano em que os Smiths foram criados. E este é um dos trunfos de England is Mine – Descobrir Morrissey: o filme ganha pelo que é contado e, mais ainda, por aquilo que fica por contar.
A narrativa centra-se num período conturbado da vida de Morrissey, a sua melancólica adolescência. Tudo avança no ritmo certo, no filme de Gill. Temos tempo para conhecer o protagonista – brilhantemente interpretado por Jack Lowden – e perceber os motivos para a sua postura egocêntrica. Talentoso, envergonhado, assertivo e deprimido. As características estão lá e surgem de uma forma natural, muitas vezes sem serem mencionadas.
Destaque menos positivo para as cenas na repartição das finanças, que em certo momentos poderão aproximar-se de uma caricatura exagerada daquele local e de uma imagem demasiado cómica das pessoas que lá trabalham.
Destaque menos positivo para as cenas na repartição das finanças, que em certo momentos poderão aproximar-se de uma caricatura exagerada daquele local e de uma imagem demasiado cómica das pessoas que lá trabalham.
Foto: Divulgação |
Neste filme, o talento para a música e a importância da máquina de escrever na vida de Morrissey são claros. E estes momentos de introspeção criativa ou abstração da realidade pura e dura acabam por dominar a história.
O ritmo com que tudo se desenrola, faz com que o primeiro concerto em público de Morrissey seja um dos pontos altos, sem grandes artifícios visuais ou sonoros. Assim como o impacto de cenas como as das chamadas que vai recebendo – primeiro de Billy (Adam Lawrence) e depois de Linder (Brown Findlay) – e que muito devem à prestação de Jack Lowden. Juntando a isto, a banda sonora – que assenta em nomes como Roxy Music, New York Dolls, The Cookies, Sparks ou Sex Pistols – completa a essência do filme.
O ritmo com que tudo se desenrola, faz com que o primeiro concerto em público de Morrissey seja um dos pontos altos, sem grandes artifícios visuais ou sonoros. Assim como o impacto de cenas como as das chamadas que vai recebendo – primeiro de Billy (Adam Lawrence) e depois de Linder (Brown Findlay) – e que muito devem à prestação de Jack Lowden. Juntando a isto, a banda sonora – que assenta em nomes como Roxy Music, New York Dolls, The Cookies, Sparks ou Sex Pistols – completa a essência do filme.
Tecnicamente, England is Mine cumpre – e bem – com o que é pedido. Uma fotografia bem conseguida e uma realização que se adequa à emoção de cada momento. O final do filme vai ao encontro de tudo aquilo que nos foi dado ao longo de uma hora e meia – vai acontecer algo, os Smiths vão ser formados, mas nós não chegamos a ver isso.
Tudo parece certo, num filme biográfico que não foi autorizado pelo vocalista dos Smiths mas que, ainda assim, o retrata de uma forma digna. Poderá não ser o grande filme sobre a vida de Morrissey, mas é sobretudo o filme sobre aquele rapaz antes de se tornar na estrela da música internacional, idolatrada por milhões de pessoas em todo mundo.
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