Segunda Opinião | Biggest Deal
Fotografia: Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens |
"Biggest Deal" chegou aos ecrãs da estação de Queluz de Baixo no inicio de outubro, trazendo o regresso não só dos reality show's como também de Teresa Guilherme, que volta aos programas do género depois do final de "Casa dos Segredos 6".
O formato trouxe consigo um conceito diferente dos habituais formatos do género, como "Big Brother", "Quinta das Celebridades" ou "Secret Story", uma vez que mistura o conceito de empreendedorismo com solidariedade.
É esta a temática de "Biggest Deal", que junta numa casa vários concorrentes famosos que são organizados por equipas em quatro negócios (cabeleireiro, car wash, pizzaria e um bed & breakfast) com o único objetivo de contribuir para uma causa. Todo o dinheiro (chamado de 'moedas' no formato) conseguido é assim distribuído.
O conceito do programa é bastante interessante, devido não só à sua finalidade como também ao facto de vermos personalidades televisivas a trabalhar em verdadeiros negócios. Sem dúvida que este reality show junta o útil ao agradável no seu 'ADN', pois consegue apoiar causas ao mesmo tempo que dá um grande espectáculo televisivo.
A escolha de Teresa Guilherme para a condução de "Biggest Deal" não foi surpreendente, mesmo com as noticias que ditavam que seria afastada dos reality shows. A verdade é que "bom filho à casa torna" e a 'Rainha' não seria excepção. Contudo, e ao contrário do que acontece nos outros reality's que conduziu, a apresentadora não mostra estar na sua melhor forma. Os erros em direto são frequentes e mostram que Teresa está cansada e não se sente bem com este 'género', pois afasta-se do "Big Brother", "Love on Top" ou "Secret Story"- a sua 'zona de conforto'.
Aqui, a anfitriã tem menos espaço para os trocadilhos, triângulos amorosos e para afiar a sua veia casamenteira (apesar de estar a conseguir fazê-lo!). Leonor Poeiras seria, mais uma vez, uma boa opção para o programa, pois já apresentou outro semelhante- lembre-se do "Temos Negócio!", em 2015. A verdade é que a presença, por si só, de Teresa Guilherme num reality show já vai torna-lo repetitivo e é neste formato que isso mais se nota. Dar oportunidade a novas caras seria uma maneira de renovar as apostas do canal.
O segmento 'Fora de Horas' ficou a cargo de Olívia Ortiz, que teve aqui uma oportunidade de crescer profissionalmente na área da apresentação. Foi uma boa aposta, pois a apresentadora é empenhada, apesar de ter ainda um longo caminho pela frente.
Quanto aos concorrentes, a TVI investiu em caras de 'segunda linha' e pessoas que estavam afastadas do ecrã há algum tempo. Uma decisão inteligente- uma vez que assim pode pagar caches menores. O canal investiu em Youtubers para o formato, dando-lhes de certa forma uma visibilidade diferente do público que a plataforma virtual oferece.
As audiências não estão a ser favoráveis e o formato perdeu, em uma semana, o horário de domingo- passando a ser transmitido sábado, pelas 22h45. As promoções ao programa não tem sido fortes, assim como o cariz dos concorrentes parece não ter conquistado. Tudo isto, aliado à postura de Teresa Guilherme pode estar na origem do insucesso de um negócio que tinha uma boa sinopse para ser um 'Biggest Deal'.
Segunda Opinião - 102ª Edição
Uma rubrica em parceria com o
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