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Segunda Opinião | País Irmão


Um País Irmão onde existe um “escândalo no Governo que não deve ser mencionado” é a nova proposta da RTP1 para as noites de segunda-feira. Realizada por Sérgio Graciano e produzida pela Stopline, esta é a série portuguesa que vai querer “falar verdade a mentir”.

O escândalo que chegou ao governo vai ser abafado de uma forma sui generis. Para que isso aconteça, a Ministra da Cultura (Margarida Marinho) e a sua equipa decidem produzir, em conjunto com o Brasil, a maior e mais espectacular novela de todos os tempos. É aqui que José (José Raposo) e Luís (Afonso Pimentel), pai e filho com um passado conflituoso, produtor e argumentista respetivamente, entrarão assim no mundo insano do dia-a-dia dos bastidores da "Corte Tropical".

O argumento de País Irmão é de João Tordo, Tiago R. Santos e Hugo Gonçalves, um trio de escritores que desperta de imediato a curiosidade do público. A verdade é que o guião de País Irmão é um dos pontos-chave para o sucesso do formato. A comédia está lá, nas entrelinhas, mas a história segue de uma forma dramática e bastante realista.

Situações caricatas, personagens disformes e cómicas e muita crítica social são os elementos cruciais da história. Mas País Irmão nunca cai no exagero. Pelo contrário. O humor funciona porque se insere numa realidade dramática criada pelos argumentistas. 

A realização de Sérgio Graciano ajuda também a que a produção conquiste o espetador. À semelhança do que aconteceu com Filha da Lei, mas agora num contexto totalmente diferente, a Stopline cumpre o que é suposto e traz-nos ainda uma boa fotografia. Talvez por ser o primeiro episódio, o ritmo da montagem podia ter sido diferente, mas nada que comprometa a atenção do espetador.

País Irmão conta ainda com um elenco de luxo, do qual fazem parte nomes como José Raposo, Margarida Marinho, Afonso Pimentel, Victoria Guerra, Nuno Lopes, Dinarte Branco, Filipa Areosa, Margarida Carpinteiro, entre outros. 

A série, que funciona como uma grande sátira à importância que as telenovelas assumem atualmente em Portugal, pretende ser também uma alternativa às mesmas. Com emissão semanal às 21h na estação pública – e antestreia na RTP Play ao meio-dia – País Irmão é uma nova tentativa de aproximar o espetador de formatos de ficção diferentes. Mais uma vez, resta esperar que o público se deixe conquistar pela história. Porque no caso de País Irmão, a qualidade é inegável.

Segunda Opinião - 97ª Edição 
Uma rubrica em parceria com o
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