Saídos da Rádio | Cheers Leaders
Seja bem-vindo a mais uma edição do Saídos da Rádio, a rubrica do Fantastic onde damos a conhecer novos talentos da música portuguesa. Na entrevista desta semana, os Cheers Leaders são os nossos convidados.
Os Cheers Leaders formam-se no início de 2015. Como é que os quatro músicos – Gil Ferreira, Miguel Ferreira, Nelson Fontes e Tiago Marques - tiveram a ideia de iniciar este projeto?
No final de 2014, Gil (Baixista), Nelson (Vocalista) e Tiago (Guitarrista), havíamos finalizado um anterior projecto com sonoridade Rock. Com vontade de continuar a fazer música juntos, convidámos o Miguel (Baterista) para este novo projecto Rock mais alternativo com diversas fusões mais direccionadas para o Metal, e surgiram os Cheers Leaders.
Definem-se como uma banda que tem uma sonoridade entre o “rock, metal e experimentalismo, fundindo-se num lado mais denso e corpulento”. Porquê esta ‘onda mais dark’?
Gostamos bastante de diversos estilos musicais, embora sejam as sonoridades mais obscuras que mais nos seduzem. À medida que vamos criando novos temas, temos reparado que temos tendência a cada vez mais nos instalar neste ambiente mais desalumiado, acabando por ser algo natural que foi acontecendo.
Apesar disso, a diversidade sonora é uma certeza no vosso trabalho. Criativamente, quais são as vossas fontes de inspiração para a composição de músicas e escrita das letras?
Sim, somos bastante espontâneos na abordagem a novas ideias e devido a isso os temas acabam por ser bastante distintos uns dos outros em termos sonoros. Por vezes temos ideias base que trabalhamos no local de ensaio e servem de faísca para uma explorar para onde a inspiração e imaginação nos levar. A nível lírico, as composições são direccionadas para a introspecção e para a espiritualidade, tendo como um dos principais objectivos, passar uma mensagem de evolução e transcendência.
Antes dos Cheers Leaders, tiveram outras experiências no mundo da música, como foi o caso dos The Bourbons? De que forma esses projetos anteriores influenciaram o atual?
Todos nós tivemos e mantemos outros projectos que nos direccionaram e permitem ter diferentes experiências e perspectivas musicais. No caso mais concreto dos "The Bourbons", foi um projecto que iniciou a nossa vertente mais rock e uma grande raiz ainda bem visível no que fazemos na actualidade com os Cheers Leaders.
“The Wizard Spell” é o vosso disco de estreia, disponível nas plataformas digitais desde setembro. Porque é que acham que o público tem de ouvir este trabalho?
Pensamos que "The Wizard Spell" tem como principal atractivo uma sonoridade e diversidade de temas incomum. Para quem possa estar a querer ouvir algo diferente das grandes produções e álbuns com temas muito idênticos uns aos outros. O nosso disco de estreia é bastante espontâneo em todos os aspectos desde a composição dos temas até à gravação.
Como tem sido a reação dos fãs ao vosso primeiro álbum?
Até ao momento, as reacções têm sido positivas com um ponto comum para quem já nos viu e ouviu ao vivo, sendo este, que somos mais fortes ao vivo do que no álbum. Para nós esse é um elogio bastante positivo, pois o que mais gostamos é sem dúvida fazer concertos.
A aposta no mundo digital – com o lançamento do disco neste formato e com o recurso às várias redes sociais e plataformas de promoção – é uma das vossas imagens de marca. Acreditam que esta é, atualmente, a grande forma de divulgação de projetos musicais? Gostam deste formato?
Sem dúvida que na actualidade o mundo digital domina totalmente. É uma forma de expor o trabalho mundialmente muito facilmente. Por outro lado, com toda esta moderna forma de divulgação, perdeu-se bastante a mística das bandas que em outros tempos criavam muito mais furor quando um novo álbum estava para sair. Os ouvintes acabavam por valorizar muito mais a música antes de toda esta comodidade em aceder a tudo rapidamente, bastando para isso poucos clicks na internet.
“Tudo pode mudar quando acreditamos” é o lema deste vosso álbum. Acreditam que os Cheers Leaders vão mudar o panorama musical em Portugal?
Quando acreditamos plenamente em algo, tudo pode mudar nessa direcção pretendida. Quanto aos Cheers Leaders mudarem o panorama musical no nosso país, isso é algo que nem nos passa pela cabeça. fazemos acima de tudo o que gostamos esperando posteriormente chegar ás pessoas que possam gostar do nosso trabalho. De modo algum estamos a pensar em criar algum género de tendência até porque tal coisa é o oposto do que queremos fazer, que é continuarmos a criar a nossa música com naturalidade sem seguir padrões.
Saídos da Rádio - T3 | Edição 2
Novembro de 2016
Entrevista: André Pereira
Agradecimentos: Farol Música
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