Saídos da Rádio | Patinho Feio
Seja bem-vindo a mais uma edição do Saídos da Rádio, a rubrica do Fantastic onde damos a conhecer novos talentos da música portuguesa. Nesta décima primeira edição da segunda temporada, os Patinho Feio são os nossos convidados.
Foi em 2013 que António Justiça surgiu com a ideia de um novo projecto. Juntaram-se, André Imaginário, Rui Valentim, Filipe Pires e João Malaquiase formaram a banda Patinho Feio. Com um ano de 2015 pleno de concertos, surge em Junho de 2016 o primeiro disco “Para Não Se Estar Calado”. O rock em Português está vivo, recomenda-se e Patinho Feio está aí para provar isso mesmo.
ENTREVISTA
“Para Não Estar Calado” é o primeiro disco dos Patinho Feio,
lançado em junho de 2016. O vosso grande objetivo enquanto banda é,
precisamente, quebrar o silêncio? De que forma?
Digamos
que o objetivo não é bem quebrar o silêncio, mas sim fazermo-nos ouvir,
ter um papel interventivo, até porque às vezes é preciso silêncio para
nos fazermos ouvir. É uma vontade de mostrar que o patinho feio
quer ser bonito apesar dos medos angústias e incoerências e a forma que
nos dá mais prazer para fazê-lo é musicalmente.
O single de estreia escolhido foi o tema “Poesia Má”. Porquê esta música como apresentação do vosso projeto?
Poesia Má” é um desses exemplos de intervenção, há uma sociedade que
nos impinge verdades, consumos, etc. E com elas as nossas duvidas… Trata-se de acreditar, ou não, nas verdades que nos vão contando, que a maior parte das vezes não passam de poesia má.
O álbum está disponível nas plataformas digitais. Porquê a opção neste formato?
O digital foi a cereja no topo do bolo e isso foi permitido com a
ligação à Farol Musica. É de facto algo que há muito ambicionávamos,
acabámos por lançar o disco físico com uma edição de autor, no entanto, o
digital é um passo muito muito importante para o Patinho Feio, pois é a
forma de chegarmos a todo o mundo sem lá estar.
A ideia de lançar os Patinho Feio surge de António Justiça, em 2013. Porquê a vontade de criar um projeto como este?
Entre o dia-a-dia de música clássica e as visitas ao tango com os Trio
Porteño, o Justiça não consegue estar parado no que concerne às lides do
rock, é a tal forma de se nos fazermos ouvir.
André Imaginário (guitarra), Rui Valentim (teclas) Filipe Pires (baixo)
e João Malaquias (bateria) são os elementos que formam a banda. Como
aconteceu esta união?
Podemos chamar-lhe uma união de
facto (risos). Somos todos amigos há muitos anos pelo menos vinte anos, o que
tornou esta união muito simples e coesa.
Sendo uma banda de rock, querem provar que este género em Portugal “está
vivo, de boa saúde e recomenda-se”. Qual o papel dos Patinho Feio no
panorama musical em geral e no rock em particular?
Há
muito boa música em Portugal, nós queremos situarmos num mercado de um
nicho de rock em que as palavras tenham um papel importante no diálogo
com a música, que cada um que nos ouça sintas as canções um bocadinho
suas… Que cada um fique a pensar na musica quando ela terminou… que não seja só mais uma canção.
Que influências artísticas têm e que se refletem no vosso trabalho?
Todos
temos gostos diferentes e variados no que toca a rock e isso acaba por
se refletir na nossa música, em Portugal temos como referência uma
grande banda, os Mão Morta. A nível internacional Smashing, Queens of
the Stone Age… Mas aqui alarga-se um pouco o horizonte e cada um de nós
terá um leque mais vasto de gostos e referências.
O ano de 2015 já tinha sido repleto de concertos e o de 2016 contou
com o lançamento do disco. Como tem sido a receção do público?
No geral tem sido muito boa, gostamos de transportar para o palco uma
energia que não é possível em estúdio, que a música nos dá um prazer
inigualável e que é feita para cada um dos que está à nossa frente a
ver-nos e ouvir-nos.
O que podemos esperar da vossa banda em 2017?
O Patinho Feio já está a trabalhar novos temas e um novo alinhamento
que será diferente de “Para não se estar calado”, mas carregadinho de
sentimento…
Saídos da Rádio - T2 | Edição 11
Outubro de 2016
Convidado: Patinho Feio
Entrevista: André Pereira
Agradecimentos: Farol Música
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