Portugal em Festa: o bailarico chegou ao fim
Portugal em Festa chegou ao fim na SIC. Nunca, por outros motivos, se falou tanto do formato da estação de Carnaxide como nas últimas semanas. Agora, com João Baião, Rita Ferro Rodrigues e companhia a deixar as tardes de domingo, é que a "festa" vai realmente começar.
Portugal em Festa veio atrás do Somos Portugal da TVI com o objetivo aparente de mostrar as tradições gastronómicas do país, mas tendo como verdadeira missão amealhar "alguns" euros para os cofres da SIC. A direção de programação do canal, que desde sempre insistiu na continuidade do formato, deverá agora assumir o ónus da responsabilidade pelo fim dos certames televisivos, cujo fracasso não se deve aos apresentadores. Portugal em Festa sempre foi oco por dentro e espalhafatoso por fora – no fundo, se não tivesse existido, os portugueses não ficavam televisivamente mais pobres.
Acontece que, à semelhança do programa da TVI e do Aqui Portugal da RTP1 – cujos títulos refletem igualmente este “amor à pátria”, popular e castiça – Portugal em Festa pouco acrescentou. O público acabou por rejeitar o programa, as audiências esmoreceram e as receitas das chamadas telefónicas caíram a pique.
O formato não vai deixar saudades, nem sequer deixa nenhuma marca na televisão portuguesa. E agora, o que acontecerá a João Baião e à restante equipa? Para os cerca de 100 profissionais da produtora Shine Iberia, que semanalmente trabalhavam no programa, esta não é uma boa notícia. Já os apresentadores terão diferentes destinos profissionais. João Baião continuará a ser a estrela da companhia, dando a cara pelo Grande Tarde da SIC, de segunda a sexta. Catarina Morazzo passa a apresentar a magazine E-Especial, durante a ausência de Sofia Cerveira. E Rita Ferro Rodrigues, José Manuel e Cristina Oliveira terão o seu futuro incerto.
A verdade é que tanto João Baião como Rita Ferro Rodrigues mereciam muito mais. Assim como Leonor Poeiras ou Nuno Eiró merecem na TVI. O caso de Rita Ferro Rodrigues acaba por ser bastante semelhante até ao da sua amiga Iva Domingues, uma vez que ambas continuam em segundo plano, ou como "bombeiras de serviço" convocadas esporadicamente (no caso da apresentadora da SIC, desde que Contacto chegou ao fim). Será que as mentoras de Maria Capaz não mereciam outra valorização? São capazes de muito mais, de certeza.
E agora, sem "bailarico" em direto e as temperaturas a subir, os portugueses aplaudem o regresso das sessões de cinema. Sim, porque é preferível ver Sozinho em Casa pela quinquagésima vez, do que ouvir João Baião com as suas 20 chamadas de atenção para o número do passatempo de casa, enquanto Catarina Morazzo prova um chouriço e o Zé do Pipo canta, até à exaustão, um dos seus grandes sucessos.
Arruma-se a banca da D. Amália, desmonta-se o palco de Rita e João, dispensam-se as bailarinas e os repórteres e a casa fica mais arrumada. O bailarico de domingo chega assim ao fim e a SIC volta ao sítio de onde nunca devia ter saído - porque a SIC não é, nem tem de ser, uma nova TVI e, ao tentar sê-lo, acaba por se perder e descaraterizar. A julgar pelos resultados dos filmes no domingo de Páscoa, durante o qual a SIC liderou o horário da tarde, a aposta deverá estar mais que ganha.
Portugal em Festa veio atrás do Somos Portugal da TVI com o objetivo aparente de mostrar as tradições gastronómicas do país, mas tendo como verdadeira missão amealhar "alguns" euros para os cofres da SIC. A direção de programação do canal, que desde sempre insistiu na continuidade do formato, deverá agora assumir o ónus da responsabilidade pelo fim dos certames televisivos, cujo fracasso não se deve aos apresentadores. Portugal em Festa sempre foi oco por dentro e espalhafatoso por fora – no fundo, se não tivesse existido, os portugueses não ficavam televisivamente mais pobres.
Acontece que, à semelhança do programa da TVI e do Aqui Portugal da RTP1 – cujos títulos refletem igualmente este “amor à pátria”, popular e castiça – Portugal em Festa pouco acrescentou. O público acabou por rejeitar o programa, as audiências esmoreceram e as receitas das chamadas telefónicas caíram a pique.
O formato não vai deixar saudades, nem sequer deixa nenhuma marca na televisão portuguesa. E agora, o que acontecerá a João Baião e à restante equipa? Para os cerca de 100 profissionais da produtora Shine Iberia, que semanalmente trabalhavam no programa, esta não é uma boa notícia. Já os apresentadores terão diferentes destinos profissionais. João Baião continuará a ser a estrela da companhia, dando a cara pelo Grande Tarde da SIC, de segunda a sexta. Catarina Morazzo passa a apresentar a magazine E-Especial, durante a ausência de Sofia Cerveira. E Rita Ferro Rodrigues, José Manuel e Cristina Oliveira terão o seu futuro incerto.
A verdade é que tanto João Baião como Rita Ferro Rodrigues mereciam muito mais. Assim como Leonor Poeiras ou Nuno Eiró merecem na TVI. O caso de Rita Ferro Rodrigues acaba por ser bastante semelhante até ao da sua amiga Iva Domingues, uma vez que ambas continuam em segundo plano, ou como "bombeiras de serviço" convocadas esporadicamente (no caso da apresentadora da SIC, desde que Contacto chegou ao fim). Será que as mentoras de Maria Capaz não mereciam outra valorização? São capazes de muito mais, de certeza.
E agora, sem "bailarico" em direto e as temperaturas a subir, os portugueses aplaudem o regresso das sessões de cinema. Sim, porque é preferível ver Sozinho em Casa pela quinquagésima vez, do que ouvir João Baião com as suas 20 chamadas de atenção para o número do passatempo de casa, enquanto Catarina Morazzo prova um chouriço e o Zé do Pipo canta, até à exaustão, um dos seus grandes sucessos.
Arruma-se a banca da D. Amália, desmonta-se o palco de Rita e João, dispensam-se as bailarinas e os repórteres e a casa fica mais arrumada. O bailarico de domingo chega assim ao fim e a SIC volta ao sítio de onde nunca devia ter saído - porque a SIC não é, nem tem de ser, uma nova TVI e, ao tentar sê-lo, acaba por se perder e descaraterizar. A julgar pelos resultados dos filmes no domingo de Páscoa, durante o qual a SIC liderou o horário da tarde, a aposta deverá estar mais que ganha.
Segunda Opinião - Edição 56
André Pereira
Texto escrito pelo Fantastic em parceria com o Diário da TV
Texto escrito pelo Fantastic em parceria com o Diário da TV
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