Segunda Opinião | "Agora Nós... com A Praça!"
Em junho de 2014, surgia a noticia de que Hugo Andrade e a
restante direção da RTP decidiram pôr um ponto final na Praça da
Alegria e no Portugal no Coração. Estes talk shows estavam no ar há
19 e 11 anos, respectivamente.
A noticia gerou bastante polémica pois o público
considerava que os formatos, principalmente a Praça da Alegria, faziam
parte do ADN da RTP e por-lhes um ponto final seria acabar com uma
parte da história do canal.
Em setembro do ano passado, estreavam então os novos
programas do daytime da RTP. Agora Nós fazia as honras da manhã com
Tânia Ribas de Oliveira e José Pedro Vasconcelos e as tardes ficavam a
cargo de Herman José e Vanessa Oliveira, com o Há Tarde. Com a estreia
destes novos formatos, a opinião da maioria do público alterou-se. Os
novos talk shows foram acolhidos desde logo pelo público e começaram a
lutar pela vice-liderança com a SIC.
Agora, com Daniel Deusdado à frente da direção da estação
pública, novas mudanças foram anunciadas. O responsável pela grelha do
canal 1 anunciou o final do Agora Nós e o regresso da Praça da
Alegria(com o novo nome de A Praça). Seria ainda o regresso do
formato ao Porto.
Desta vez, as opiniões dividiram-se, com parte do público a
querer o regresso d'A Praça no Porto e outra a desejar a continuação
do matutino da Tânia e do Zé Pedro.
Já o formato das tardes terminou devido a um pedido de
Herman José, pois, segundo o apresentador, o programa ocupava-lhe muito
do seu tempo. As tardes ficavam assim livres e foi então que Daniel
Deusdado surpreendeu todos e anunciou a reestreia do Agora Nós à
tarde.
Resolvidas estas questões, A Praça estreou nas manhãs da
RTP com apresentação de Sónia Araújo, Jorge Gabriel e reportagens de
Hélder Reis e Catarina Camacho. O programa veio de cara lavada mas não
deixou de trazer consigo marcas da verdadeira Praça da Alegria. No
estúdio, em vez das bancadas, o público está inserido em mesas redondas,
onde tem a opção de tomar café.
O logótipo do programa, em tons de azul, foi criticado por
muitos mas a verdade é que foge aos vermelhos e amarelos que já todos
conhecemos de programas anteriores. A Praça revelou-se numa boa aposta
da RTP, com a tradição do Porto a regressar e os temas diferentes da
concorrência que traz a estúdio, sendo um programa leve e descontraído.
Com o regresso d'A Praça, o Agora Nós" foi obrigado a
migrar para as tardes. O formato da Tânia e do Zé teve assim algumas
alterações a níveis de conteúdo mas manteve o logótipo e o estúdio. Uma
má opção, visto que o Agora Nós estreou nas manhãs, e era lá que
deveria continuar. A Praça, recém-chegada, poderia ter abraçado desde
logo as tardes. Este é o único "senão" da estreia d'A Praça.
Até agora, A Praça mantém números satisfatórios para o
canal público que, com o tempo, podem melhorar e, quem sabe, até lutar
pela vice-liderança com a SIC. Isto claro, se não houver mais nenhuma
troca inesperada no daytime da estação pública.
Segunda Opinião - Edição 41
Marco Filipe (Diário da TV)
Uma rubrica em parceria com o Fantastic Televisão
Marco Filipe (Diário da TV)
Uma rubrica em parceria com o Fantastic Televisão
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