Duplo Clique | "Cultura em estado puro"
Uma visita guiada sem sair de casa? Sim, é possível. No Google Maps? Não, na RTP2. O programa Visita Guiada conta a “Pequena História por detrás da História” e desvenda o melhor património português em sessões de trinta-minutos. A História de Portugal não vem só nos livros nem nos bancos da escola, passa no serviço público de televisão.
O propósito é divulgar o património histórico português em todas as suas valências e territórios, percorrendo um autêntico périplo cultural no continente e ilhas. E se em cada emissão um determinado objeto é o alvo de análise, não faltam especialistas e historiadores para os explicar, à conversa com Paula Moura Pinheiro. A jornalista, que ao longo da sua carreira desempenhou cargos de editora, repórter, entrevistadora e autora, convida o espetador a entrar na visita. A sua presença segura e formal, mas simpática, enquadra o visitante no ambiente contemplativo dos espaços. A si se juntam os historiadores encarregues de contextualizar as histórias da História de Portugal – se possível, da nova geração, como é desejo da RTP.
O Visita Guiada cumpre os melhores roteiros culturais do país e prima pela excelência de imagens, sobretudo as imagens aéreas. Portugal, rico que é em paisagens, recebe em cada episódio um novo registo visual, certamente delicioso de ver daqui a uns anos. A utilização de drones permite as filmagens aéreas, musicadas com peças clássicas. O grafismo, por sua vez, é demasiado simples. Em certos momentos, a sucessão de fotografias ilustrativas e os respetivos oráculos parece uma apresentação de powerpoint do ensino básico, cobrindo de pó a estética do formato. A este facto não deverá ser alheia a aposta na principal função do programa, a qual é amplamente conseguida: contar a História de Portugal e a história do património que os portugueses desconhecem.
Trata-se de um programa em que a cultura é revelada no seu estado puro. Observada. Explicada. Numa tentativa de instruir quem vê e ouve o programa (em repetição na Antena1), e provavelmente fazendo as vezes de uma deslocação física aos museus, claustros, estabelecimentos, castelos e jardins, que a maioria das pessoas não tem como hábito frequente. O Visita Guiada, em conjunto com o Palcos Agora e o Literatura Agora, é mais um ótimo exemplo do trabalho feito na RTP2, infelizmente escondido na sombra das televisões privadas. E a crise já nem é desculpa, porque nesta visita a entrada é gratuita.
Visita Guiada, para ver à segunda-feira, às 23h, na RTP2 e ouvir na Antena1 (em repetição), às quintas-feiras, pelas 21h10.
O Visita Guiada cumpre os melhores roteiros culturais do país e prima pela excelência de imagens, sobretudo as imagens aéreas. Portugal, rico que é em paisagens, recebe em cada episódio um novo registo visual, certamente delicioso de ver daqui a uns anos. A utilização de drones permite as filmagens aéreas, musicadas com peças clássicas. O grafismo, por sua vez, é demasiado simples. Em certos momentos, a sucessão de fotografias ilustrativas e os respetivos oráculos parece uma apresentação de powerpoint do ensino básico, cobrindo de pó a estética do formato. A este facto não deverá ser alheia a aposta na principal função do programa, a qual é amplamente conseguida: contar a História de Portugal e a história do património que os portugueses desconhecem.
Trata-se de um programa em que a cultura é revelada no seu estado puro. Observada. Explicada. Numa tentativa de instruir quem vê e ouve o programa (em repetição na Antena1), e provavelmente fazendo as vezes de uma deslocação física aos museus, claustros, estabelecimentos, castelos e jardins, que a maioria das pessoas não tem como hábito frequente. O Visita Guiada, em conjunto com o Palcos Agora e o Literatura Agora, é mais um ótimo exemplo do trabalho feito na RTP2, infelizmente escondido na sombra das televisões privadas. E a crise já nem é desculpa, porque nesta visita a entrada é gratuita.
Visita Guiada, para ver à segunda-feira, às 23h, na RTP2 e ouvir na Antena1 (em repetição), às quintas-feiras, pelas 21h10.
Duplo Clique - 58ª Edição
Uma crónica de André Rosa
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