Duplo Clique | "De comer e chorar por mais"
A melhor confeção da televisão portuguesa está de novo servida na mesa dos portugueses. “Masterchef Portugal” está de volta à TVI. O concurso de Cozinha mais saboroso, exigente e dinâmico promete destacar-se no horário-nobre de sábado, celebrando a gastronomia de excelência feita pelas mãos dos aspirantes a Chef. Com a mão na colher de pau, a TVI mostra que o excesso de sal pode ser evitado na ementa televisiva.
Vencer “não é pera doce”, que o digam os responsáveis pela ficção da SIC. Volvidos anos e anos de apostas amargas, eis que “Mar Salgado” chegou e venceu. Os portugueses saboreiam há meses a maresia da vida real, mas eis que na concorrência se cozinhou, mais uma vez, o sucesso. Sem surpresas, “Masterchef” liderou no horário de sábado, com cerca de 1 milhão e 400 mil espetadores. Contudo, mais do que uma disputa pelos paladares do público, há que destacar a verdadeira “ilha” que o programa representa na grelha da TVI, já que consegue aproximar do canal pessoas que não tinham sequer o hábito de sintonizá-lo. Põe donas-de-casa a aperfeiçoar receitas, iniciantes de Cozinha a fazer experiências e maridos a perceber melhor o tempero que as esposas usam na comida. Em suma, afina o palato dos portugueses.
Com assumido prazer em fazer Televisão, Manuel Luís Goucha dá a cara pelo painel de jurados. O apresentador despe o sorriso habitual das manhãs e assume uma postura exigente e analítica, a qual suscitou críticas na edição anterior. Reforçando o nível de exigência das provas, os Chefs Rui Paula e Miguel Rocha Vieira mostram que a competição de Cozinha não se compadece com apreciações frouxas ou condescendentes. A prestação dos jurados corresponde ao esperado, reconhecendo-se-lhes a capacidade de avaliação dos pratos, o carisma telegénico e os conceituados currículos.
“Masterchef Portugal” dá nome ao maior concurso de Cozinha do mundo, adaptado e produzido em mais de 290 países. Apesar de não ser, propriamente, um “brinde surpresa”, permite ao telespetador desenjoar da oferta de novelas. E a forma do programa é, por si, um dos principais aspetos positivos. O concurso será, porventura, o mais decidido do género, prendendo o espetador graças à velocidade a que decorre, ao clima de tensão e à expetativa que mantém em lume-brando. Destaque-se o trabalho da produção em grande escala e a cenografia moderna e polivalente. Além disso, com uma montagem, edição e banda sonora verdadeiramente exímias, “Masterchef” defende bem o carimbo de qualidade.
“Masterchef Portugal” dá nome ao maior concurso de Cozinha do mundo, adaptado e produzido em mais de 290 países. Apesar de não ser, propriamente, um “brinde surpresa”, permite ao telespetador desenjoar da oferta de novelas. E a forma do programa é, por si, um dos principais aspetos positivos. O concurso será, porventura, o mais decidido do género, prendendo o espetador graças à velocidade a que decorre, ao clima de tensão e à expetativa que mantém em lume-brando. Destaque-se o trabalho da produção em grande escala e a cenografia moderna e polivalente. Além disso, com uma montagem, edição e banda sonora verdadeiramente exímias, “Masterchef” defende bem o carimbo de qualidade.
Os concorrentes e jurados que o digam. Sem olhar a despesas (e muito graças aos patrocinadores oficiais), o programa oferece boas condições logísticas e cabazes com fartura, essenciais à qualidade de confeção exigida. A Cozinha de qualidade surge valorizada através da escolha cuidada dos alimentos, confeção exemplar e perícia no processo de empratamento, no qual as noções estéticas são importantes (já que os olhos “comem” primeiro). No entanto, cozinhar à flor da pele não é fácil. A montagem garante que os picos dramáticos dos concorrentes respirem com naturalidade, o que revela especial respeito pelas suas derrotas e conquistas. Tratando-se de sonhos, fica a sensação positiva de que o programa não é mais uma fábrica de pseudo-famosos condenados ao estrelado agridoce, mas sim uma escola de vida – como aliás referiu Rita Elói Neto, a arquiteta de Setúbal vencedora da primeira edição.
O programa-índice de receitas de gastronomia também é o líder de receitas comerciais. As marcas são capazes de investir um máximo de 160 mil euros na compra de publicidade durante a emissão, sem contar com os anúncios na aplicação móvel, lançada este ano. A presença nas redes sociais, como o Instagram, arrecada cerca de 4 mil seguidores e as page views atingem os 2,3 milhões. Contas feitas, a TVI absorve quase 40% do mercado publicitário português, de acordo com a Marktest.
O futuro Chef de Cozinha vai ser eleito dentro de 14 semanas, deixando a concorrência em ebulição. Até lá – e à boa maneira portuguesa – “Masterchef Portugal” será de “comer e chorar por mais”.
“Masterchef Portugal”, para ver aos sábados às 21h30, na TVI.
Duplo Clique - 40ª Edição
Uma crónica de André Rosa
Uma crónica de André Rosa
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