Duplo Clique | "Bailado de Primavera"
“O programa de domingo à noite” está de volta à TVI. A Venda do Pinheiro abriu a pista a mais uma temporada de Dança com as Estrelas, um formato pelo qual o público ansiava e que impulsiona as audiências no horário. Com um novo leque de concorrentes, o painel fixo de jurados e apresentação de Cristina Ferreira, o êxito da dança não guarda segredo.
O regresso de Dança com as Estrelas era inevitável. Depois de os resultados das temporadas anteriores terem superado as expetativas do público e da TVI, eis que a diretora de conteúdos não informativos do canal decidiu apostar de em mais uma “fornada” de estrelas. Volvidos três anos desde a sua estreia a solo em plena programação estival, Cristina Ferreira deixa mais que provado que é “rainha e senhora” do seu palco. A apresentadora transmite o genuíno empenho e alegria que sente ao ter de novo o Dança em antena, desta vez com Pedro Teixeira no subcomando.
O ator beijou (como quem diz) o escorpião e nunca mais trilhou o mesmo percurso. Em Televisão, Pedro Teixeira pode considerar-se também um apresentador – pelo menos o canal assim o estima –, apesar da sua prestação em Rising Star não ter ido tão alto como desejava. Certo é que, como profissional em potência lançado pela TVI, Pedro Teixeira parece ter encontrado o registo que melhor o defende (tendo em conta o microfone quase infantil que segura na mão). Naquela a que chamavam “sala vermelha” – um espaço de libertação de endorfinas, nervosismo e conversa de “encher chouriços” –, o coapresentador mostra-se bastante mais à vontade com os concorrentes. O estilo brincalhão pode granjear-lhe opiniões contraditórias, mas parece dar-lhe a postura certa. Menos interessante é o facto de terminar com “e agora veja a semana de ensaios do concorrente (…)”, deixa que repete sem grande convicção.
Strictly Come Dancing é o formato original britânico, cuja adaptação para Dancing With The Stars coube, pela primeira vez, ao canal americano ABC. No ar há uma década, o concurso para encontrar a melhor celebridade dançarina é atualmente emitido em 34 canais por todo o mundo. A produção portuguesa não ficará muito aquém da qualidade das emissões americanas, concedendo os devidos descontos: além de a escala dos estúdios e dos décors não ser comparável, há diferenças nos estilos de dança. Esses aspetos, porém, não impedem a realização de galas empolgantes.
Alberto Rodrigues, Alexandra Lencastre e Cifrão continuam sentados à mesa do Júri, mantendo o registo que lhes é caraterístico. A presença da atriz (que se especulava não ser possível devido às gravações d’A Única Mulher) é sinal de que os episódios mais espontâneos e divertidos poderão repetir-se, para gáudio das audiências.
O painel de concorrentes reunido pela TVI avalia-se, de longe, como o mais amplo e versátil das três temporadas. António Raminhos foi a grande surpresa – por ter recebido o convite, por ter aceitado e por se arriscar nas danças, consciente de que o que lhe falta em técnica e jeito natural, brilha em si duplamente como comediante. Isabel Silva também soma pontos, pelo seu carisma e corpo ginasticado, e Vítor Silva Costa mostra-se confiante no novo registo. A saída prematura de Kátia Aveiro foi, de resto, um dos acontecimentos mais badalados a pretexto da gala de estreia, e um dos maiores desfalques mediáticos do programa. Ausente do ecrã e presente nas revistas, fará com que o público mais noveleiro da TVI se entregue à leitura dos pasquins melodramáticos que escrutinam a vida dos concorrentes. Felizmente, Dança com as Estrelas de tóxico não tem nada.
O momento de fibra da Vodafone e a “viagem” de apresentação dos pares dançarinos foram os pontos altos da estreia. A Realização investiu numa cobertura ainda mais arrojada do que a do início da segunda edição, destacando-se, desta vez, as filmagens em 280º e a nova iluminação lateral do estúdio. A nível de luz, cenografia e banda-sonora, o formato mantém o estilo. As promos pareciam antecipar uma alteração no grafismo do genérico, mas apenas o logotipo se tornou mais leve, à semelhança do da versão americana.
No cômputo geral, as atuações dos dez famosos pautaram-se pela aptidão, pelo que podem ter correspondido às expetativas do público. A possibilidade de virem a “limar arestas”, até atingirem o patamar de alta competição das edições anteriores, é um dos aspetos por que valerá a pena assistir ao programa.
Dança com as Estrelas veste de gala e leva ao palco personalidades que, à partida, saberão dançar. Cristina Ferreira já não se despe na segunda parte (talvez por Micaela Oliveira ter esgotado as ideias desdobráveis), mas deixa no ar o clima de dança temperado pela primavera. Só falta convidar as andorinhas.
O regresso de Dança com as Estrelas era inevitável. Depois de os resultados das temporadas anteriores terem superado as expetativas do público e da TVI, eis que a diretora de conteúdos não informativos do canal decidiu apostar de em mais uma “fornada” de estrelas. Volvidos três anos desde a sua estreia a solo em plena programação estival, Cristina Ferreira deixa mais que provado que é “rainha e senhora” do seu palco. A apresentadora transmite o genuíno empenho e alegria que sente ao ter de novo o Dança em antena, desta vez com Pedro Teixeira no subcomando.
O ator beijou (como quem diz) o escorpião e nunca mais trilhou o mesmo percurso. Em Televisão, Pedro Teixeira pode considerar-se também um apresentador – pelo menos o canal assim o estima –, apesar da sua prestação em Rising Star não ter ido tão alto como desejava. Certo é que, como profissional em potência lançado pela TVI, Pedro Teixeira parece ter encontrado o registo que melhor o defende (tendo em conta o microfone quase infantil que segura na mão). Naquela a que chamavam “sala vermelha” – um espaço de libertação de endorfinas, nervosismo e conversa de “encher chouriços” –, o coapresentador mostra-se bastante mais à vontade com os concorrentes. O estilo brincalhão pode granjear-lhe opiniões contraditórias, mas parece dar-lhe a postura certa. Menos interessante é o facto de terminar com “e agora veja a semana de ensaios do concorrente (…)”, deixa que repete sem grande convicção.
Strictly Come Dancing é o formato original britânico, cuja adaptação para Dancing With The Stars coube, pela primeira vez, ao canal americano ABC. No ar há uma década, o concurso para encontrar a melhor celebridade dançarina é atualmente emitido em 34 canais por todo o mundo. A produção portuguesa não ficará muito aquém da qualidade das emissões americanas, concedendo os devidos descontos: além de a escala dos estúdios e dos décors não ser comparável, há diferenças nos estilos de dança. Esses aspetos, porém, não impedem a realização de galas empolgantes.
Alberto Rodrigues, Alexandra Lencastre e Cifrão continuam sentados à mesa do Júri, mantendo o registo que lhes é caraterístico. A presença da atriz (que se especulava não ser possível devido às gravações d’A Única Mulher) é sinal de que os episódios mais espontâneos e divertidos poderão repetir-se, para gáudio das audiências.
O painel de concorrentes reunido pela TVI avalia-se, de longe, como o mais amplo e versátil das três temporadas. António Raminhos foi a grande surpresa – por ter recebido o convite, por ter aceitado e por se arriscar nas danças, consciente de que o que lhe falta em técnica e jeito natural, brilha em si duplamente como comediante. Isabel Silva também soma pontos, pelo seu carisma e corpo ginasticado, e Vítor Silva Costa mostra-se confiante no novo registo. A saída prematura de Kátia Aveiro foi, de resto, um dos acontecimentos mais badalados a pretexto da gala de estreia, e um dos maiores desfalques mediáticos do programa. Ausente do ecrã e presente nas revistas, fará com que o público mais noveleiro da TVI se entregue à leitura dos pasquins melodramáticos que escrutinam a vida dos concorrentes. Felizmente, Dança com as Estrelas de tóxico não tem nada.
O momento de fibra da Vodafone e a “viagem” de apresentação dos pares dançarinos foram os pontos altos da estreia. A Realização investiu numa cobertura ainda mais arrojada do que a do início da segunda edição, destacando-se, desta vez, as filmagens em 280º e a nova iluminação lateral do estúdio. A nível de luz, cenografia e banda-sonora, o formato mantém o estilo. As promos pareciam antecipar uma alteração no grafismo do genérico, mas apenas o logotipo se tornou mais leve, à semelhança do da versão americana.
No cômputo geral, as atuações dos dez famosos pautaram-se pela aptidão, pelo que podem ter correspondido às expetativas do público. A possibilidade de virem a “limar arestas”, até atingirem o patamar de alta competição das edições anteriores, é um dos aspetos por que valerá a pena assistir ao programa.
Dança com as Estrelas veste de gala e leva ao palco personalidades que, à partida, saberão dançar. Cristina Ferreira já não se despe na segunda parte (talvez por Micaela Oliveira ter esgotado as ideias desdobráveis), mas deixa no ar o clima de dança temperado pela primavera. Só falta convidar as andorinhas.
Uma crónia de André Rosa
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