Segunda Opinião | "Júlio Isidro - O Senhor Televisão"
Júlio Isidro estreou-se a dia 16 de Janeiro de 1960, na RTP, como apresentador do Programa Juvenil. Desde então nunca mais parou. Um dos profissionais do ramo audiovisual mais conhecido e reconhecido pelos portugueses, uma figura incontornável da nossa televisão, com mais de 70 anos de vida, conta já com muitos sucessos no seu percurso profissional. E é também o responsável pelo surgimento de dezenas de cantores, atores e apresentadores que hoje em dia fazem sucesso na nossa televisão ou nos palcos portugueses.
No dia 5 de janeiro de 2014, altura em que o apresentador comemorava o seu 69º aniversário, o humorista Fernando Alvim escreveu no seu Facebook: "Entenda-se por Júlio Isidro, aquele que descobre e lança. No dicionário da porto editora, o significado para cada um destes termos deveria ser este. À frente da palavra descobrir: júlio isidro. À frente da palavra lançar ou revelar ou apostar: júlio isidro".
A verdade é que o "tio Julião" (como também é conhecido devido ao seu programa "Artes e Manhas", de 1977) lançou inúmeros talentos em Portugal, mas com o seu talento foi ainda responsável por grandes sucessos radiofónicos e televisivos. "O Fungagá da Bicharada" foi um dos grandes destaques televisivos da sua carreira. Um programa que deu origem também a uma revista de banda desenhada quinzenal e ao tema de abertura do genérico que ainda hoje é recordado por muitos portugueses.
A "Febre de Sábado de Manhã" tornava-se, na década de 80, num dos maiores fenómenos radiofónicos de sempre. Enchendo salas, pavilhões, auditórios ou estádios de futebol, o programa contava com a presença de bandas portuguesas, muitas delas em estreia - as tais banda que foram "descobertas" pelo Júlio Isidro. "O Passeio dos Alegres" resulta então do programa de rádio e torna-se a sua versão televisiva, que se inicia depois de um convite feito por Maria Elisa, para transpor o formato para a RTP.
"Arroz Doce", "Festa é Festa" ou "Clube dos Amigos Disney" foram outros programas da responsabilidade do apresentador. O último, formato da Walt Disney, levou-o a ser convidada para ser diretor criativo da Disney na Europa. Andou, por isso, por vários países como representante do formato. Regressa anos mais tardes a Portugal. Na décade de 90 transita da RTP para a TVI. E é aí que se mantém ao longo de, aproximadamente quatro anos. Os formatos apresentados por si no canal privado não marcaram o seu percurso da mesma forma que os da RTP, uma vez que a TVI era, nessa altura, o canal com menos visibilidade a nível nacional.
Regressa à RTP em 1997 onde se mantém até aos dias de hoje. "Antenas do Ar", "O Amigo Público", "Agora é que São Elas", "A Outra Face da Lua" ou "Quarto Crescente" foram alguns dos programas que se seguiram e que marcaram a sua carreira no final dos anos 90 e início do século XXI.
Atualmente, Júlio Isidro continua a ser presença regular na televisão pública. No programa, "RTP Memória" apresenta o formato "Inesquecível" e na RTP1 conduz algumas emissões especiais que se vão realizando ao longo dos anos. Para muitos, esta é uma cara que atualmente está subvalorizada e que, para um grande nome como Júlio Isidro, seria justificável um grande formato em horário nobre.
É certo que a televisão necessita de inovação constante e de apostar em caras novas. Mas será que esta lenda viva do audiovisual, que tanto fez pela cultura em Portugal, não merecia mais? Júlio Isidro pode e deve ser aposta num formato inovador - porque, apesar dos seus 70 anos, este é um homem sempre atento à modernidade e capaz de se reinventar.
Júlio Isidro marca, definivamente, várias gerações. De forma mais flagrante a geração que em 2015 tem entre 30 a 50 anos e que viveram de forma intensa os grandes sucessos da vida do apresentador. Mas para os mais novos, o "tio Julião" continua a ser um exemplo e conhecer a sua história, os seus projetos e as suas ideias é sempre um momento especial.
Em 2015, a RTP homenageou Júlio Isidro com um especial do "Agora Nós" e do "Há Tarde" - uma homenagem que contou com vários amigos de longa data do apresentador e que assinalou de forma justa estes 55 anos. Numa altura em que se fala da reformulação do conceito de estação pública e com uma nova direção a caminho, fica a questão: Para quando o regresso "em grande" de Júlio Isidro à televisão?
A verdade é que o "tio Julião" (como também é conhecido devido ao seu programa "Artes e Manhas", de 1977) lançou inúmeros talentos em Portugal, mas com o seu talento foi ainda responsável por grandes sucessos radiofónicos e televisivos. "O Fungagá da Bicharada" foi um dos grandes destaques televisivos da sua carreira. Um programa que deu origem também a uma revista de banda desenhada quinzenal e ao tema de abertura do genérico que ainda hoje é recordado por muitos portugueses.
A "Febre de Sábado de Manhã" tornava-se, na década de 80, num dos maiores fenómenos radiofónicos de sempre. Enchendo salas, pavilhões, auditórios ou estádios de futebol, o programa contava com a presença de bandas portuguesas, muitas delas em estreia - as tais banda que foram "descobertas" pelo Júlio Isidro. "O Passeio dos Alegres" resulta então do programa de rádio e torna-se a sua versão televisiva, que se inicia depois de um convite feito por Maria Elisa, para transpor o formato para a RTP.
"Arroz Doce", "Festa é Festa" ou "Clube dos Amigos Disney" foram outros programas da responsabilidade do apresentador. O último, formato da Walt Disney, levou-o a ser convidada para ser diretor criativo da Disney na Europa. Andou, por isso, por vários países como representante do formato. Regressa anos mais tardes a Portugal. Na décade de 90 transita da RTP para a TVI. E é aí que se mantém ao longo de, aproximadamente quatro anos. Os formatos apresentados por si no canal privado não marcaram o seu percurso da mesma forma que os da RTP, uma vez que a TVI era, nessa altura, o canal com menos visibilidade a nível nacional.
Regressa à RTP em 1997 onde se mantém até aos dias de hoje. "Antenas do Ar", "O Amigo Público", "Agora é que São Elas", "A Outra Face da Lua" ou "Quarto Crescente" foram alguns dos programas que se seguiram e que marcaram a sua carreira no final dos anos 90 e início do século XXI.
Atualmente, Júlio Isidro continua a ser presença regular na televisão pública. No programa, "RTP Memória" apresenta o formato "Inesquecível" e na RTP1 conduz algumas emissões especiais que se vão realizando ao longo dos anos. Para muitos, esta é uma cara que atualmente está subvalorizada e que, para um grande nome como Júlio Isidro, seria justificável um grande formato em horário nobre.
É certo que a televisão necessita de inovação constante e de apostar em caras novas. Mas será que esta lenda viva do audiovisual, que tanto fez pela cultura em Portugal, não merecia mais? Júlio Isidro pode e deve ser aposta num formato inovador - porque, apesar dos seus 70 anos, este é um homem sempre atento à modernidade e capaz de se reinventar.
Júlio Isidro marca, definivamente, várias gerações. De forma mais flagrante a geração que em 2015 tem entre 30 a 50 anos e que viveram de forma intensa os grandes sucessos da vida do apresentador. Mas para os mais novos, o "tio Julião" continua a ser um exemplo e conhecer a sua história, os seus projetos e as suas ideias é sempre um momento especial.
Em 2015, a RTP homenageou Júlio Isidro com um especial do "Agora Nós" e do "Há Tarde" - uma homenagem que contou com vários amigos de longa data do apresentador e que assinalou de forma justa estes 55 anos. Numa altura em que se fala da reformulação do conceito de estação pública e com uma nova direção a caminho, fica a questão: Para quando o regresso "em grande" de Júlio Isidro à televisão?
Texto publicado originalmente a 9 de fevereiro de 2015.
Segunda Opinião - 20ª Edição
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