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RTP2 assinala 54 anos da Guerra Colonial

 

De 3 a 6 de fevereiro, a RTP2 assinala o início da Guerra Colonial através de documentários, filmes e debates. O início deste episódio da história militar portuguesa ocorreu em Angola, mais concretamente no dia 4 de Fevereiro de 1961. A Revolução dos Cravos em Portugal, a 25 de Abril de 1974, determinou o fim deste conflito militar.

3ª feira, às 23h34 - QUEM VAI À GUERRA
Quem vai à Guerra“Quem Vai à Guerra” é um filme de guerra de uma geração, contada por quem ficou à espera.
Entre 1961 e 1974, milhares de homens foram mobilizados e enviados para Angola, Moçambique e Guiné-Bissau para combater numa longa e mal assumida Guerra Colonial. Passados 50 anos desde o seu início a guerra é, ainda hoje, um assunto delicado e hermético, apoiado por um discurso exclusivamente masculino, como se a guerra só aos ex-combatentes pertencesse e só a eles afetasse. No entanto, quando um país está em guerra, será que fica alguém de fora?
Quem Vai à Guerra é um filme de guerra de uma geração, contada por quem ficou à espera, por quem quis voluntariamente ir ao lado e por quem foi socorrer os soldados às frentes de batalha. Um discurso feminino sobre a guerra.

 
 
A Guerra4ª feira, às 23h30 - ANDAR RÁPIDO E EM FORÇA (Série documental “A Guerra”)
Este episódio relata o dia 4 de fevereiro de 1961. Antes dos ataques da UPA, em Março, já o pânico dominava Luanda desde 4 de Fevereiro, quando centenas de angolanos assaltaram as prisões da cidade. A resposta portuguesa, civil e militar, leva o terror aos muceques. E a violência sem limites propaga-se a todos os grupos sociais, quando o 15 de Março lança o pavor em todo o norte. Angola reclama por apoio militar, mas Salazar só mandará “andar rápido e em força”, depois de afastar Botelho Moniz, o general que, entretanto, tentara depô-lo.
 
 
 
5ª feira, às 23h30 – GUERRA OU PAZ
Guerra ou PazUma outra face da guerra e a sua influência na sociedade atual. Entre 1961 e 1974, 100.000 jovens portugueses partiram para a guerra nas ex-colónias. No mesmo período, outros 100.000, saíram de Portugal para não fazer essa mesma guerra. Em relação aos que fizeram a guerra já muito foi dito, escrito, filmado. Em relação aos outros, não existe nada, é uma espécie de assunto tabu na nossa sociedade. Que papel tiveram esses homens que "fugiram à guerra" na construção do país que somos hoje? Que percursos fizeram? De que forma resistiram?
 


Descolonização - 40 Anos6ª feira, às 23h00  – Descolonização: 40 Anos
Debate moderado por Luís Marinho sobre a descolonização e onde contamos com a presença do Prof. Jaime Nogueira Pinto, do Embaixador de Angola, Dr. Luís de Almeida, e do Embaixador Francisco Seixas da Costa.
 
 
6ª feira, às 24h00 – A COSTA DOS MURMÚRIOS
Uma visão feminina sobre a Guerra Colonial
A Costa dos MurmúriosEvita recorda e corrige uma história que já lhe pertenceu. No final dos anos 60, Evita chega a Moçambique para casar com Luís, um estudante de matemática que ali cumpre o serviço militar. Nos dias que se seguem, Evita rapidamente se apercebe que Luís já não é o mesmo e que, perturbado pela guerra, se transformou num triste imitador do seu capitão, Forza Leal.
Os homens partem para uma grande operação militar no norte. Evita fica sozinha e no desespero de tentar compreender o que modificou Luís, procura a companhia de Helena, a mulher de Forza Leal. Helena, submissa e humilhada, é prisioneira na sua casa onde cumpre uma promessa. É ela que vai mostrar a Evita o lado mais negro de Luís e a tenta atrair numa relação ambígua de destruição e morte.
Perdida num mundo que não é o seu, Evita cai numa teia de violência mesquinha, sem glória e sem honra. A violência de um tempo colonial à beira do fim. Um tempo de guerra, de perca e de culpa.
“A costa dos Murmúrios” trata-se de uma visão feminina sobre a Guerra Colonial, que assinalou a estreia da realizadora Margarida Cardoso no domínio da ficção cinematográfica e tem integrado importantes festivais de cinema. "A Costa dos Murmúrios" é a adaptação livre do romance da escritora portuguesa Lídia Jorge.
"A Costa dos Murmúrios" foi distinguido com o Prémio Revelação, na 7º edição do Festival de Cinema Europeu, Cinessonne 2005.