Header Ads

[Cinema] Sniper Americano - Crítica

 

Sniper Americano é uma das estreias cinematográficas mais aguardadas pelo público. O filme chegou às salas portuguesas na quinta-feira, 22, e tem tudo para conseguir estrondosas receitas de bilheteira. O argumento não é excecionalmente inovador, mas garantiu a nomeação do filme para o Óscar de Melhor Argumento Adaptado. Na verdade, é a história de vida de Chris Kyle, o verdadeiro homem que se alistou na guerra e regressou com o título de atirador mais mortal da história do exército, personificando o trauma da América contra o terrorismo no Médio-Oriente. 

Christopher Scoot Kyle construiu a sua vida entre o Texas e o Iraque. No ambiente rural da América fundou as bases de um relacionamento sério, constituiu matrimónio e deixou descendência, mas foi nos teatros de guerra de um país destroçado que passou mais tempo e mais provações, cumprindo com distinção e bravura quatro destacamentos militares. Podia ter sido um entre tantos milhares de soldados treinados nas recrutas do exército americano, mas não foi. As suas excecionais competências como atirador furtivo – com 160 mortes oficialmente confirmadas e outras 255 por confirmar – viriam a granjear-lhe o título de “lenda”, uma inspiração para os colegas que diariamente premiam o gatilho contra os rebeldes iraquianos. 

 

Chris Kyle, como ficou conhecido, foi honrosamente dispensado do exército americano, em 2009, medalhado pelos seus atos heroicos na Guerra do Iraque. American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Military History, a sua autobiografia assinada também por Scott McEwen e Jim DeFelice, serviu de base à adaptação cinematográfica de Jason Hall que chega agora ao grande ecrã.

Sniper Americano é um filme dramático e ritmado, preenchendo os requisitos de um filme de ação de qualidade. A realização de Clint Eastwood mostra-se perita em retratar a dimensão violenta e esmagadora da guerra, deslocando o espectador para os locais de combate e, muitas vezes, assumindo a perspetiva nervosa e hirta da mira do protagonista. Bradley Cooper interpreta Chris Kyle com uma personalidade aguerrida e emocionalmente distante, dando corpo, rosto e voz à maior chaga social que a América ainda não sarou desde os atentados da Al-Qaeda em 2001. Os seus valores morais, e o desejo de retaliação, movem-no numa luta contra o terrorismo, deixando à distância de quilómetros de terra e pó a sua esposa (a cargo da atriz Sienna Miller, que interpreta Taya Renae Kyle) e os filhos que educou sozinha. Jason Hall capta em todas as linhas a magnitude deste drama patriótico e as suas consequências, assegurando um argumento realista e profundamente emocionante.

´

A película está nomeada para seis Óscares da Academia, entre eles o de Melhor Filme, Melhor Argumento Adaptado e Melhor Ator. E se é verdade que Clint Eastwood alcança uma nova proeza cinematográfica desde cedo agraciada pela crítica, Bradley Cooper também segurou um dos melhores papéis da sua carreira. O filme foi rodado em várias cidades da Califórnia (Los Angeles, Santa Clarita e El Centro) e em Marrocos, com um orçamento de 60 milhões de dólares. É distribuído pela Warner Bros. Pictures (um estúdio de entretenimento com o qual Clint Eastwood tem preferência para produzir os seus filmes) e em Portugal, pela NOS Audiovisuais.

Uma crítica escrita por André Rosa