Segunda Opinião | "RTP2 - Condenada aos maus resultados?"
Nunca as audiências da RTP2 foram tão baixas desde que existe audiometria em Portugal. Relembre-se que em 2011 o canal 2 somava 4.5% de share. Já em 2012, os números baixaram para 3.4%. A perda de números começou a sentir-se, sobretudo, desde a entrada da GFK no mercado e depois da saída de Jorge Wemans como diretor de programas.
Hugo Andrade, também diretor da RTP1, assumiu depois a direção do segundo canal e os resultados agravaram-se, com a média a cair e fixar-se nos 2%. O homem forte da 1 brincou com a grelha da 2 e matou ainda mais o canal, descaracterizando-o e roubando-lhe a essência da cultura a sério.
Já este ano, a RTP2 passou para as mãos de Elíseo Oliveira, e com isso, novas mudanças se esperavam validas para fazer renascer o canal das cinzas. "Sociedade Civil" regressou às 14h, ganhou nova cara e estúdio e passou a fazer-se novamente em direto. "Jornal 2", a grande aposta na informação estreou e prometeu prender os espectadores. Além disso, das mudanças resultou uma grelha mais "arrumada", com mais documentários e com menos reposições.
Tudo parecia estar encaminhado para as audiências subirem. As ideias estavam lá, a expectativa era elevada mas aos poucos começou a perceber-se que o público não aderiu. Elíseo Oliveira, por sua vez, "desarrumou" de novo a programação do canal, mandou vários programas (como "Janela Inscreta", "Agora", "Biosfera" e "Portugal 3.0") "mendigar" de horário em horário (talvez à procura de um onde marcassem melhores números).
Passados os meses quentes, a RTP2 voltou com alguns ajustes de grelha, resultantes da exprimentação ocorrida nos finais do primeiro trimestre do ano. As audiências, porém, não se alteram e parecem estar a cair ainda mais, com o canal não chegar aos 2% de share grande parte dos dias.
Estará a RTP2 condenada aos maus resultados? Não, não está. Para o canal começar a subir resultados, basta trazer o que as pessoas procuram no Cabo: boas series (em horas "decentes"), filmes, informação, humor e cultura a sério. Enfim, serviço público. Porque o mais importante é, acima de tudo, um canal com qualidade - pelo menos é esta a ideia que muitas vezes se procura transmitir.
Mas se a grelha não apresentar conteúdos interessantes e o público não aderir, de que servirá toda essa aposta? A ideia de serviço público deveria ser essa - servir o público e trazer o que estes querem ver, ao mesmo tempo que fogem ao que os outros canais nos dão, servindo-nos alternativas. Resta esperar que, aos poucos, com Elíseo Oliveira, o público se volte a lembrar que entre o canal 1 e o 3 existe o 2.
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Hugo Andrade, também diretor da RTP1, assumiu depois a direção do segundo canal e os resultados agravaram-se, com a média a cair e fixar-se nos 2%. O homem forte da 1 brincou com a grelha da 2 e matou ainda mais o canal, descaracterizando-o e roubando-lhe a essência da cultura a sério.
Já este ano, a RTP2 passou para as mãos de Elíseo Oliveira, e com isso, novas mudanças se esperavam validas para fazer renascer o canal das cinzas. "Sociedade Civil" regressou às 14h, ganhou nova cara e estúdio e passou a fazer-se novamente em direto. "Jornal 2", a grande aposta na informação estreou e prometeu prender os espectadores. Além disso, das mudanças resultou uma grelha mais "arrumada", com mais documentários e com menos reposições.
Tudo parecia estar encaminhado para as audiências subirem. As ideias estavam lá, a expectativa era elevada mas aos poucos começou a perceber-se que o público não aderiu. Elíseo Oliveira, por sua vez, "desarrumou" de novo a programação do canal, mandou vários programas (como "Janela Inscreta", "Agora", "Biosfera" e "Portugal 3.0") "mendigar" de horário em horário (talvez à procura de um onde marcassem melhores números).
Passados os meses quentes, a RTP2 voltou com alguns ajustes de grelha, resultantes da exprimentação ocorrida nos finais do primeiro trimestre do ano. As audiências, porém, não se alteram e parecem estar a cair ainda mais, com o canal não chegar aos 2% de share grande parte dos dias.
Estará a RTP2 condenada aos maus resultados? Não, não está. Para o canal começar a subir resultados, basta trazer o que as pessoas procuram no Cabo: boas series (em horas "decentes"), filmes, informação, humor e cultura a sério. Enfim, serviço público. Porque o mais importante é, acima de tudo, um canal com qualidade - pelo menos é esta a ideia que muitas vezes se procura transmitir.
Mas se a grelha não apresentar conteúdos interessantes e o público não aderir, de que servirá toda essa aposta? A ideia de serviço público deveria ser essa - servir o público e trazer o que estes querem ver, ao mesmo tempo que fogem ao que os outros canais nos dão, servindo-nos alternativas. Resta esperar que, aos poucos, com Elíseo Oliveira, o público se volte a lembrar que entre o canal 1 e o 3 existe o 2.
Segunda Opinião - 7ª Edição
Uma crónica escrita em parceira pelo Fantastic e o Diário da TV
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