Fantastic Entrevista... Frederico Amaral
FANTASTIC ENTREVISTA
TEMPORADA 7 / EDIÇÃO 3 / NOVEMBRO DE 2014
Frederico Amaral tem 29 anos e é já um dos atores da sua geração com maior reconhecimento no ecrã e no palco. O jovem ator já participou em filmes, peças de teatro e produções televisivas, tendo ganhado destaque com o papel de 'Rena' em "I Love It", da TVI. Nesta edição do Fantastic Entrevista estamos à
conversa com este talento nacional.
1 - O Frederico formou-se no Curso de Interpretação da Academia Contemporânea do Espectáculo, no Porto. Para um ator, qual a importância da formação?A formação profissional e pessoal é importante para toda a gente, é na escola que se adquire os conhecimentos e aptidões para a prática de uma qualquer profissão. Para um actor não é exceção. No meu caso e de muitos outros alunos, a Academia preparou-me para a “guerra”, dando-me as ferramentas e as “armas” necessárias. E é com profissionalismo que construo o meu futuro passo a passo.
2 - Participa em diversas peças de teatro e no ecrã estreia-se com a participação em curtas. Como recorda estas primeiras experiências na representação?Foram momentos únicos! Foi quando senti que estava solto da escola, entregue à bicharada, como se costuma dizer, e que tinha de aplicar o que aprendi. O medo de falhar era enorme, questionei-me muito, estremeci muito mas aprendi muito e… sobrevivi!
3 - Em televisão, começou por ter participações especiais em séries como "Rebelde Way", "Uma Aventura" ou "Liberdade 21". Notou uma grande diferença entre a televisão, o cinema e o teatro?Todos eles: Televisão, Cinema ou Teatro têm ritmos e linguagens diferentes, mas com a prática fui aprendendo. O maior prazer e desafio está na criação das personagens, tentando ser sempre versátil.
4 - Em 2011, participa no programa "Inimigo Público" do Canal Q, como repórter. Num registo completamente diferente, o que achou deste projeto?Foi um projeto em que, pela primeira vez, não existia uma personagem, era eu em modo “repórter cómico”. Nunca tinha feito nada num cenário em “Chroma Key”, nem lido um teleponto. Várias experiências novas, num só projeto.
5 - O seu primeiro grande papel em televisão foi na série "Família Açoriana", produzida para a RTP, na qual interpretou o papel de Arthur Salgado. Como foi participar nesta produção, ainda por cima sendo gravada na sua terra-natal?Esta série teve um sabor especial porque foi o meu primeiro elenco fixo. Sempre tive vontade de participar numa série de época, neste caso, era sobre -um iluminista Açoriano. Conjugou-se neste projeto muitos dos meus desejos e ainda por cima gravado na minha terra. Fazer pesquisa, encontrar uma linguagem vocal e corporal diferente do nosso tempo para a personagem foi muito desafiante. Tive ainda a oportunidade e a honra de poder contracenar com grandes “monstros” da representação em Portugal, como o Nicolau Breyner e Maria João Luís. Foi um projeto muito feliz e com uma equipa maravilhosa.
6 - Com o Rodolfo, ou 'Rena', do "I Love It" torna-se definitivamente conhecido do grande público. Como foi receber o carinho dos fãs da série?Foi incrível! Nunca tinha passado pela experiência de, com uma personagem, influenciar e mexer com a vida das pessoas. É bom quando nos felicitam, por exemplo, por termos proporcionado gargalhadas. É uma dádiva fazer o que gosto e com isso fazer pessoas felizes. O carinho dos fãs é, e será sempre, essencial.
7 - Qual a importância desta personagem tão mediática na sua carreira?Durante nove meses gravei muito e a um ritmo alucinante, costumo dizer que vivi mais tempo em Rodolfo do que em Frederico, mas valeu a pena. Foi um presente que me deram, um rebuçado! Esta personagem foi o melhor que me podia ter saído na rifa: cómico, divertido, um maluco (saudável), um palhacinho, micaelense e com sotaque. Diverti-me muito a dar-lhe vida e será impossível esquecer-me do “Rena”. Até já tenho saudades!
8 - Este ano fica ainda marcado pela participação na peça "Caixa Forte", trabalhando ao lado do grande Fernando Mendes. Como tem corrido este trabalho?Vamos estar todos os fins-de-semana pelo país até Maio de 2015. É um privilégio poder estar a trabalhar ao lado do inconfundível Fernando Mendes, está a ser uma escola para mim. É um “espetáculo!” ter sempre casa cheia e um público maravilhoso a assistir.
9 - Prestes a completar 30 anos de vida (fá-los em julho de 2015), sente-se um privilegiado por já ter tido tantas experiências no mundo da representação? O que lhe falta fazer? Sem dúvida que me sinto um privilegiado, em dez anos já conquistei muitas coisas mas sinto que ainda me faltam muitas mais. Adotando as palavras de Fernando Pessoa – “Tenho em mim todos os sonhos do mundo”.
10 - Como vê o estado atual da Cultura em Portugal?
A Cultura é a identidade de um país. A nossa está amordaçada devido aos poucos recursos, sobretudo financeiros. Felizmente, mesmo com pouco chão, nós artistas continuamos a fazer pela cultura portuguesa.
11 - Em televisão, as audiências são o factor principal. Foram os resultados que fizeram com que "I Love It" acabasse por ser suspensa, sem qualquer justificação prévia. Acha que decisões como esta, seja em que formato for, farão com que o público se afaste cada vez mais deste meio?
Esperemos que não.
12 - Em poucas palavras, como descreveria o Frederico Amaral?
Lutador, Sonhador, Amigo.
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