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Duplo Clique | "As estrelas descem à pista"

 

Dançar é um ato de paz, de liberdade e prazer. Move o corpo. Inspira. Faz-nos expirar o ar dos pulmões como se fossemos nós, na pista de dança da Venda do Pinheiro, a executar os movimentos mais graciosos em absoluto casamento com a música que reverbera nas salas de milhares de portugueses. O regresso de “Dança com as Estrelas” aos domingos da TVI torna as noites de verão mais quentes e intimistas, depois de meses à procura de um novo astro musical nos confins de um pavilhão em Odivelas. O convite é intergeracional e irrecusável: “Vamos dançar?”.

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Parece que os pés dos bailarinos e das figuras conhecidas não pararam de mexer desde o verão passado, ritmando o desejo de que a dança se elevasse novamente ao espaço sideral da televisão generalista. E como o que é bom merece repetir-se, o canal brindou de novo os seus espectadores com a adaptação do formato americano “Dancing With The Stars”, a competição que faz da dança a protagonista, essa linguagem comum a todos povos, alheia às fronteiras e prometedora de vivências irrepetíveis e possivelmente inesquecíveis para quem dança e para quem assiste. É a dança de todos os estilos e culturas que se joga em estúdio, ou não contasse o já nacionalizado programa com a melhor equipa de bailarinos a viver em Portugal – eles são profissionais, amigos e confidentes de uma “grande família” de artistas da Dança, da Representação e não só.

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“De pessoas para pessoas” – assim diz ser feita a TVI – é o modo de estar de Cristina Ferreira e Alexandra Lencastre. A apresentadora das manhãs marca à noite um passo ainda mais confiante e competente; enquanto a maior profissional da Ficção não se coíbe de avaliar as atuações de maneira emotiva e extremosa. Picos emocionais arrefecidos pela apreciação analítica e séria de Alberto Lopes e pela postura entusiasta e esclarecedora do coreógrafo Vítor Cifrão. Juntos, vibram e votam.

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“Dança com as Estrelas” mantém o alinhamento e duração, reservando surpresas pontuais, e concentra em si os segredos de um grande espetáculo artístico. Visualmente impactante, a primeira emissão subiu aos píncaros aquando da abertura festiva de apresentação dos concorrentes (dos quais se destacaram, pelo à-vontade e bom humor, Sílvia Rizzo e Pedro Guedes). Arrojadas e entusiasmantes, a banda-sonora, filmagens, realização e iluminação são as peças essenciais de uma emissão em direto apostada a “encher o olho” das audiências, obrigatoriamente surpreendidas ao ver os dotes de dança de muitos dos atores do canal. Serão eles, como concorrentes na competição, os alvos preferenciais de muita gente do público com tendência a votar com base no critério da popularidade, em desfavor das reais prestações.

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Tal como acontece no verão e já cantavam os “Fúria do Açúcar”, em “Dança com as Estrelas” as noites ficam maiores, as roupas ficam menores e os corpos libertam suores de ensaios extenuantes e recompensadores para os oito participantes – para além de a duração das atuações ser maior, servindo a intenção de mostrar mais dança, menos conversa e assim evitar momentos enfadonhos durante as galas. O diagnóstico é simples. Um milhão e 458 mil espectadores já foram apanhados pela febre mais prazerosa e contagiante dos domingos à noite – a febre da dança… que até nos faz ver estrelas.


 DUPLO CLIQUE [15ª EDIÇÃO]
Uma Crónica de André Rosa