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Duplo Clique | "O Luxo da produção nacional"

 

Lisboa recebeu o verão, tímido e fresco, de Avenida completamente arejada, liberta de automóveis e repleta de gente. A Avenida da Liberdade recebeu mais uma vez o MegaPicNic Continente, dois anos depois de o eterno Terreiro do Paço se ter transformado numa horta a céu aberto. Nesta 6ª edição, à sombra das majestosas e alérgicas árvores daquele eixo da Capital, celebrou-se o melhor da produção nacional, numa emissão que a RTP desenvolveu com enorme sucesso e com direito a alfaces frisadas e Tony Carreira. Foi a “Festa do Campo” que levou a agricultura a todo o país.
    

O labor da terra começa de madrugada, mas a emissão do canal público só começou às 11 horas da manhã. Tempo de sobra, até à uma da tarde, para Tânia Ribas de Oliveira, brilhantemente acompanhada de Serenella Andrade, Hélder Reis, Catarina Camacho e Tiago Ferreira semearem a boa disposição junto dos espectadores em casa, longe do cultivo mas próximos do espírito festivo e familiar que pairava no recinto. Ao todo, mais de 40 produtores nacionais, agregados ao hipermercado Continente, mostraram no certame o que de melhor produzem nos campos portugueses, levando um pouco da essência da agricultura aos habitantes da grande urbe lisboeta – e às crianças que na sua doce ingenuidade pudessem pensar que o frango nasce na cuvete ou que as hortaliças já brotam prontas para a sopa. E a emissão da RTP não poderia ter corrido da melhor forma, rodeada de tanto verde e de tanta verdura.
    

Conversas descontraídas, mais ou menos institucionais, reportagens bem conseguidas junto de locais de interesse, atuações musicais de assinalável distinção e qualidade foram os nutrientes de uma emissão intensiva de sete horas, regada com o bom espírito dos apresentadores e com a pedagogia das iniciativas para as crianças. Mas há que reconhecê-lo: o chamariz das cerca de 700.000 pessoas que visitaram o PicNic, em grande parte, deu pelo nome de Tony Carreira, cujo concerto encerrou o direto especial da RTP, a partir das 19 horas, deixando durante todo o dia milhares de fãs em pleno êxtase.

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Igualmente eufórico, o público presente junto do palco da RTP não deixou de vibrar com o apoio à Seleção Nacional, um dos grandes focos temáticos da emissão de “Festa do Campo”. O grupo Dance Factory dançou ao ritmo do hino “Somos Nós”, que repete exaustivamente nos separadores do canal, e compôs um dos momentos altos da emissão, em sintonia com as filmagens dinâmicas enviadas diretamente de uma das avenidas mais caras da Europa para a casa dos telespectadores. Produção Nacional e Seleção Nacional juntaram-se, por um dia, num evento com uma transmissão televisiva muito competente e diversificada, verdadeiro serviço público.

    
Festas desta natureza devolvem a Avenida da Liberdade ao povo, suspendem o comércio das marcas de luxo por um dia e resgatam o asfalto às 2500 viaturas que nas horas de ponta tornam aquela via uma das mais poluídas da Europa. O coração de Lisboa bombeou ar puro e respirou fundo com a “Festa do Campo”. Porém, os consumidores ficaram sem saber se doravante poderão comprar morangos portugueses no Continente em vez de comprarem os morangos espanhóis. Para semelhanças noutros campos, já basta o que basta no relvado.

 DUPLO CLIQUE [9ª EDIÇÃO]
Uma Crónica de André Rosa