A entrevista de Bruno Simões ao Fantastic (2011)
Hoje, recordamos a entrevista que o actor deu ao Fantastic Entrevista em 2011. A boa disposição e a simpatia que sempre o marcaram foram bem visíveis ao longo desta conversa. Bruno Simões deu-se a conhecer, falando da sua carreira em televisão e no teatro. O actor ficou conhecido do grande público depois de dar vida a Cajó, na novela O Teu Olhar, da TVI.
1. Como é o Bruno Simões longe das câmaras?
7. Em televisão, o primeiro projecto foi na telenovela “Ganância” da SIC, mas é em 2003, na personagem do divertido Cajó, em “O Teu Olhar”, na TVI, que ganhas bastante destaque. Como recorda essa personagem? Que mais lhe marcou nessa produção?
O Cajó.... Coimbra.... Meu Deus..... Foi quando percebi que em televisão temos de ser muito rápidos a encontrar o personagem a decorar textos e a arriscar mesmo sem ainda termos o feedback do público. Foi fantástico! Tive a sorte de ter uma equipe técnica do melhor que há em televisão, um grupo de actores fantástico, e depois a sorte de haver uma certa protecção da minha pessoa e explicarem-me bem o que era este mundo. Foi muita sorte mesmo e não vou esquecer nunca o Cajó.
8. Foi, uma vez mais numa personagem cómica, em “Morangos com Açúcar” que voltou a ter bastante reconhecimento, sobretudo junto dos mais novos. É bom trabalhar com tantos jovens com o sonho de serem actores?
11. Cinema é um projecto a realizar?
A música da minha vida?
Um livro que me marcou?
Um objecto do qual não prescindo?
A primeira coisa que faço ao acordar?
As mulheres?
O Teatro?
O Bruno?
Olá Bruno Simões, bem-vindo ao Fantastic Entrevista!
1. Como é o Bruno Simões longe das câmaras?
O Bruno longe das câmaras é o mais normal possível. Adoro estar em casa com o meu cão ao colo e dar-lhe muitos mimos, pelo tempo que estou fora.
2. A boa disposição, característica da maioria das suas personagens, é também uma característica própria?
O Bruno longe das câmaras é o mais normal possível. Adoro estar em casa com o meu cão ao colo e dar-lhe muitos mimos, pelo tempo que estou fora.
3. Para além da representação, tem algum talento escondido? O que gosta de fazer nos tempos livres?
Talento escondido. (Risos) Nada de nada, gosto de dançar mas... está tão escondido que não se deve ver nunca. Nos tempos livres gosto de dormir, de descansar e muita praia, cinema e amigos, amigos e mais amigos!
4. Como foi o seu percurso desde criança e até iniciar a sua carreira?
Desde criança?! Começou tudo em 1971 e... estou a brincar. Tive uma infância normal e feliz, a sério. O teatro era algo que nunca tinha pensado na vida, até que fui a grupo de teatro amador com dois colegas da escola secundária. E foi aí que tudo começou. O encenador do grupo desafiou-me a ficar e eu aceitei. O engraçado é que eu fiquei e os meus amigos não. Depois fiz o curso (que nem sei como entrei!) e ainda hoje aqui estou. Ficarei até quando me deixarem. Acho que foi tudo uma questão de sorte e de muitos acasos que foram acontecendo.
5. A sua carreira começou no teatro, em 1991, no grupo «Os Farpas», mas integrou muitos outros grupos e projectos até hoje, interpretando textos de vários escritores muito conhecidos. Com que idade nasceu o gosto pelo teatro? E como tudo aconteceu?
O teatro aparece por acaso e como um acidente. Eu fui com dois amigos que se queriam juntar a um grupo de teatro amador, "Os Farpas", mas o encenador pediu-me também para ficar e tentar. Eu fiquei, os amigos não. Depois, num festival de teatro amador recebi um prémio de melhor interpretação e depois veio o curso e depois os convites e nem sei como ainda aqui estou! Porque foi tudo um acaso e de repente já cá estava. Mas sempre gostei de teatro e ía ao teatro e ao cinema e sempre achei que eu podia fazer aquilo não tão bem mas sim eu podia, mas nunca pensei nisso a sério.
6. Sente que o teatro é um porto de abrigo ou a essência que não quer nem pode largar?
Sem dúvida. É como quando estamos mais fragilizados vamos para casa da mãe pedir colo. O teatro tem isso, é aquele sitio onde vamos buscar a força e a energia. É aquilo que nos relembra o motivo pelo qual lutamos tanto, por uma profissão que deveria ser mais dignificada pela sociedade civil. É um meio onde nada é fácil e onde existem imensos obstáculos.
Sem dúvida. É como quando estamos mais fragilizados vamos para casa da mãe pedir colo. O teatro tem isso, é aquele sitio onde vamos buscar a força e a energia. É aquilo que nos relembra o motivo pelo qual lutamos tanto, por uma profissão que deveria ser mais dignificada pela sociedade civil. É um meio onde nada é fácil e onde existem imensos obstáculos.
Bruno Simões ganhou popularidade junto do grande público como Cajó, em "O Teu Olhar". |
7. Em televisão, o primeiro projecto foi na telenovela “Ganância” da SIC, mas é em 2003, na personagem do divertido Cajó, em “O Teu Olhar”, na TVI, que ganhas bastante destaque. Como recorda essa personagem? Que mais lhe marcou nessa produção?
O Cajó.... Coimbra.... Meu Deus..... Foi quando percebi que em televisão temos de ser muito rápidos a encontrar o personagem a decorar textos e a arriscar mesmo sem ainda termos o feedback do público. Foi fantástico! Tive a sorte de ter uma equipe técnica do melhor que há em televisão, um grupo de actores fantástico, e depois a sorte de haver uma certa protecção da minha pessoa e explicarem-me bem o que era este mundo. Foi muita sorte mesmo e não vou esquecer nunca o Cajó.
8. Foi, uma vez mais numa personagem cómica, em “Morangos com Açúcar” que voltou a ter bastante reconhecimento, sobretudo junto dos mais novos. É bom trabalhar com tantos jovens com o sonho de serem actores?
Trabalhar com os mais novos tem uma enorme vantagem. Eles ainda têm o sonho muito presente, o fascinio, o desejo, a vontade etc etc. E para nós, mais velhinhos, que muitas vezes já estamos fartos deste país e de não haver política cultural, começamos a baixar os braços. Eles, com aquela força, fazem com que eu acredite de novo e que lute com eles. E, também, que eles acham que aprendem com os mais velhos mas nós também aprendemos muito com eles. E depois estar tanto tempo com eles é quase viver com alguém da familia.
O actor como Jorge em "Morangos com Açúcar VIII" |
9. Algumas pessoas acusam os ‘Morangos’ de ser um produto fácil de fazer, isso é mesmo verdade ou é o inverso face à inexperiências de muitos jovens actores?
Acho que quem diz isso, não imagina o que os técnicos e os actores trabalham durante a semana. Uma semana que dura de segunda a sábado, com doze horas de trabalho por dia, onde todos dão o seu melhor para que o público se divirta em casa. Os actores que têm os Morangos Com Açúcar como primeiro trabalho de representação, chegam lá ainda inexperientes. No entanto, quando se chega ao final deste projecto, os actores terminam com uma enorme bagagem.
Acho que quem diz isso, não imagina o que os técnicos e os actores trabalham durante a semana. Uma semana que dura de segunda a sábado, com doze horas de trabalho por dia, onde todos dão o seu melhor para que o público se divirta em casa. Os actores que têm os Morangos Com Açúcar como primeiro trabalho de representação, chegam lá ainda inexperientes. No entanto, quando se chega ao final deste projecto, os actores terminam com uma enorme bagagem.
10. Viver unicamente do teatro é possível?
Completamente impossível. A não ser que se pertença a uma companhia que tem subsídio e pode pagar ordenados mensais.
11. Cinema é um projecto a realizar?
Felizmente, já tive a sorte de poder participar numa longa-metragem do Francisco Manso, "O Assalto ao Santa Maria". Amei a experiência no cinema e gostava de repetir. Fico à espera de convites, estarei sempre receptivo a novos projectos e novos desafios. Afinal, é disso que vive um actor.
12. Nos próximos tempos, ainda vai estar em gravações com os Morangos com Açúcar. Que outros projectos guarda para o futuro?
O futuro.... Bom, o teatro vem em força, em Maio vou estar na Filândia, num Festival Internacional com a Peça encenada pela Cristina Carvalhal 'Uma Familia Portuguesa'. Em Julho, estreio no Teatro da Trindade, na sala estúdio um peça com a Carla Vasconcelos (a Papoila). Em Setembro, vou estar em Boston, USA, no Festival de Tennessee Williams e em Novembro estreio uma outra peça com encenação do Bruno Bravo, com um texto de Brecht. Em televisão ainda não sei.
EM POUCAS PALAVRAS...
A música da minha vida?
É difícil escolher umas porque ouço e aprecio todo o tipo de música.
Um momento inesquecível?
O dia que a minha Avó me viu em palco.
Um livro que me marcou?
Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez.
Um objecto do qual não prescindo?
Já não é possível viver sem o telemóvel.
A primeira coisa que faço ao acordar?
Tentar arrastar-me até a banheira para começar o dia cheio de energia.
As mulheres?
Odiamos esse facto mas sabemos que não podemos viver sem elas.
Uma personalidade?
Barack Obama
Um grande espectáculo?
O caminho para Meca.
O Teatro?
A minha vida.
A vida?
A representação.
O Bruno?
Nem eu ainda sei bem quem é. (risos) Um actor em constante aprendizagem com tudo e todos que os rodeiam.
FANTASTIC ENTREVISTA - Edição 9
Convidado: Bruno Simões
Produção: João M. e André P.
Colaboração: Cláudio Girão
Genérico: Tiago Bento
Produção: Fantastic 2011
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