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Duplo Clique | "Dançar pela vida"

   

O concurso que procura eleger o melhor bailarino de Portugal chegou finalmente aos diretos, após quatro emissões semanais focadas na primeira fase de castings. “Achas Que Sabes Dançar” estreou-se “ao vivo e a cores” nas casas dos portugueses, alinhando a nata dos concorrentes num palco de espetáculo fulgurante. O programa da SIC promete, daqui para a frente, boas noites de dança, mas pelos vistos o talento das audiências mora ao lado – tal como disse Marco da Silva, “Portugal tem Talento”. E muito.

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O jurado “descaiu-se” e além de dizer uma verdade incontestável numa das suas primeiras intervenções, também referiu o nome português do programa da RTP. Trocadilhos à parte, certo é que em matéria de audiências, apesar de “os três grandes” formatos domingueiros terem descido em números, “Got Talent” levou a melhor (com perto de 970.900 espetadores), deixando em terceiro lugar as danças da SIC (com 710.200 espetadores em média). Mesmo que se discuta o valor relativo das audiências, não é possível esquecer a necessidade e anseio de Carnaxide agarrar o horário, facto que, uma vez não cumprido, provavelmente só contribuirá para colocar “Achas Que Sabes Dançar” na lista de apostas falhadas do canal, uma vez mais.

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Diana Chaves enfrenta a sua grande prova de fogo. A jovem apresentadora recebeu o público com boa disposição, denunciando, compreensivelmente, o nervosismo provocado pela circunstância. Amparada pelo teleponto e pelos cartões do alinhamento, a ex-colega de Marco Horário tentou desbloquear a naturalidade da sua postura e expressão, recebendo, refira-se, grande apoio da parte de Rita Blanco. Partindo do pressuposto de que, neste tipo de programa, o registo do apresentador deve ser descontraído e pouco dado a grandes agitações, Diana Chaves colherá a adesão do público, contando com o carinho e admiração que os fãs nutrem por si.

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Noutro vórtice esteve o painel de jurados. Marco da Silva insiste em convocar o calão como forma de falar, enquanto Joaquim Cortés se conserva discreto e Rita Blanco preserva os seus comentários sensatos. Somadas as suas presenças, resulta uma prestação competente, mas pouco memorável.
    
O arranque da gala “subiu a parada”, injetando vivacidade ao programa depois da etapa frouxa e desinteressante das audições. Os 20 finalistas inauguraram o palco com uma “impressionante” coreografia de grupo, ritmada e impactante. Colorido foi o que faltou, porém, à abertura: o guarda-roupa branco não “casou” da melhor forma com o tom cinzento do cenário e acabou por esbater a mancha visual. De resto, os desenhos de luz favoreceram as atuações, contrabalançado o aspeto estético inacabado do cenário, que mais parece um conjunto de peças desmontáveis.

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Surpreendente ou não, o facto de as atuações narrarem pequenas histórias acrescenta apreciáveis elementos artísticos ao concurso, tirando especial partido de adereços cénicos com os quais os bailarinos interagem. A ideia não é nova mas funciona (como aliás se viu nas temporadas de “Dança com as Estrelas”, da TVI), sobretudo graças às coreografias arrojadas da autoria de diferentes profissionais, entre os quais se destacou Pedro Borralho, dançarino que marcou presença no formato da TVI. Por outro lado, e porque os diretos o exigiam, a Realização de Manuel Amaro da Costa foi uma das peças-chave para a criação do efeito-espetáculo, recorrendo à entusiasmante filmagem em 360º, aos planos de grua e aos enquadramentos esteticamente melhor conseguidos.

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Quem tudo consegue são os bailarinos. Longe do momento em que tiveram de se submeter ao escrutínio das audições, no episódio de estreia mostraram amplamente as suas capacidades, com atitude, destreza, talento e profissionalismo, regalando os olhos da audiência. Pelo facto de dançarem a pares, sujeitos de igual modo à votação telefónica, reina uma certa confusão, a que se acresce a grande diversidade de estilos de dança. Independentemente dessas coordenadas, o público parece ter-se perdido escandalosamente nas votações telefónicas. As críticas ao resultado dos concorrentes menos votados na primeira eliminatória ecoaram rapidamente nas redes sociais, tendo até Marco da Silva gritado um indignado “por amor de Deus” e um “está tudo maluco!”.

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Com maior ou menor dose de loucura, “Achas Que Sabes Dançar” vai continuar todos os domingos a fazer a triagem pelo melhor bailarino de Portugal. Será que, nas próximas semanas, o público que “tudo decide” votará conscientemente, ou o talento para digitar o 760 só funciona a pretexto de prémios em cartão?

“Achas que Sabes Dançar?”, para ver aos domingos, às 21h40, na SIC.
Uma crónica escrita por 
André Rosa