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Judite de Sousa despede-se no Facebook

Judite de Sousa colocou hoje uma mensagem de despedida na sua página do Facebook. A directora-adjunta de informação da RTP está de partida para a TVI, juntamente com José Alberto Carvalho.

Leia as palavras de Judite de Sousa na sua página do Facebook:
«Sou jornalista desde os meus 18 anos. Sempre na RTP onde entrei por concurso público como jornalista estagiária. Trabalhei em Macau. Viajei pela China e pelo Japão. Fiz 21 anos em Pequim e fui operada em Hong-kong. Fiz reportagem sobre assuntos de sociedade, economia, política nacional e política internacional. Apresentei jornais diários como o País, País e o País Regiões, o Jornal da Tarde e o Telejornal. Fui coordenadora de informação. Estive como enviada especial no Zaire, Ruanda, Bósnia,Hong-Kong, Macau. Integrei a equipa de grande reportagem Portugal sem Fim. Acompanhei visitas de Estado de Presidentes da República e Primeiros-Ministros e acompanhei eleições em França, Espanha e Estados Unidos. Apresentei noites eleitorais autárquicas, legislativas e presidenciais. Conduzo desde 1997 o programa Grande Entrevista. Integro a Direcção de Informação da RTP. Fui responsável nos últimos anos pela coordenação editorial do casamento dos Príncipes das Astúrias, pela vista do Papa a Portugal, pela eleição de Barack Obama, pelos temporais na Madeira em parceria com Fernando Barata e pela cimeira da Nato em parceria com Luís Castro. Conceptualizei o programa 30 Minutos e o programa Vidas Contadas.

Após 32 anos de serviço à RTP, decidi abraçar um novo projecto profissional, na TVI.»

Também José Alberto Carvalho se despediu de colegas e amigos da RTP através de e-mail, enviado dia 25 de Fevereiro.
Leia aqui a carta na íntegra:


«Assunto: FW: A montanha



Decidi apresentar esta tarde o meu pedido de rescisão ao Conselho de Administração da RTP.
Encerra-se assim um período de quase dez anos em que desenvolvi várias tarefas e funções ao serviço desta empresa.
Assegurarei a gestão corrente da Direção de Informação até indicação por parte do Conselho de Administração.

Neste momento, permitam-me ocupar, por uma última vez, um pouco do vosso tempo e partilhar convosco alguns pensamentos.

O melhor observador é aquele que consegue fechar os olhos.
Depois de contemplar uma paisagem, uma pessoa, ou um momento, fecha os olhos e nesse momento, de olhos fechados, percebe o que verdadeiramente reteve da imagem anterior.
Os detalhes, as cores, as formas, aquilo que verdadeiramente torna especial a imagem que antes se apresentava perante os seus olhos.
Se várias pessoas o fizerem em simultâneo, cada uma delas irá reter imagens diferentes
Se eu fechar os olhos, retendo as imagens verdadeiramente marcantes dos últimos anos, vejo um percurso emocionante de conquista de credibilidade, em que dezenas de profissionais afirmaram a sua qualidade e o seu talento aos olhos dos espetadores; vejo uma curva ascendente de audiências que corresponde a uma grande confiança da opinião pública na informação produzida pela RTP, ainda por cima num ambiente de profunda concorrencia e competitividade; vejo o empenho esforçado da maioria dos companheiros; vejo que conseguimos escalar esta montanha.

Todos juntos ultrapassámos todos os obstáculos (sim, houve percalços; sim, errámos de vez em quando; sim, fomos por vezes demasiado intolerantes e por outras demasiado tolerantes - mas subimos!).
A RTP conquistou uma posição de respeito que há muito lhe era devida. Que emocionante viagem! Que nobres viajantes!
Depois de uma montanha há sempre outra montanha. É essa a magia dos grandes espaços.
Desfrutemos esta, e saibamos abrir os nossos corações e todos os nossos sentidos para que a próxima montanha seja ainda mais saborosa de desfrutar, de modo a que nos sintamos realizados e orgulhosos no momento em que decidirmos fechar os olhos para percebermos o que verdadeiramente retemos dessa paisagem.
É o que desejo para mim; e é o que desejo a todos os que são inconformados e que buscam sem cessar a sua realizacao profissional e pessoal. A vida é uma caminhada; mas para a percorrermos não basta caminhar...

Olhando para este percurso, vejo as pegadas que deixámos. São as nossas! E não as de mais ninguém. As minhas tomam, neste momento, um outro rumo. Mas estou certo que a caminhada prossegue e que novas pegadas serão impressas, com o mesmo talento e determinação.
A despedida de quem gostamos, das coisas e das pessoas que amamos, é sempre um exercício de nostalgia. Na verdade, quando o fazemos estamos também a despedirmo-nos de um pouco de nós próprios. E aqui fica uma grande parte de mim! Uma parte boa e outra menos agradável, certamente. Fica também o reconhecimento humilde de que poderíamos ter feito ainda melhor. Mas também fica a convicção absoluta de que fizemos um bom trabalho. E não há nenhuma razão para que assim não continue!
No entanto, só pode haver reencontro se houver despedida; só pode haver caminho se nos fizermos a ele; só pode haver descoberta se partirmos para ela.
No meu caso, isto significa neste momento abraçar um outro projeto profissional.
Mas nunca esquecerei a jornada maravilhosa de descoberta mútua, conquista e generosidade que tive a honra de percorrer convosco! Obrigado!


JAC

PS: por absoluta incapacidade não pude responder ou atender todas as mensagens ou tentativas de contacto que recebi. Peço a vossa compreensão e... Até Sempre!»