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Fantastic Entrevista - Sara Naadirah


Sara Naadirah é uma das professoras de Dança Oriental mais reconhecidas a nível nacional. Nesta entrevista, uma parceria com o Instagram Dança Oriental Portugal, a bailarina falou-nos sobre a origem da sua paixão pela Dança Oriental, sobre como surgiu a oportunidade de lançar um DVD, deu-nos novidades sobre a 3ª edição do evento 'O Ventre em Nós', quais os desafios que enfrentou para produzir os seus espectáculos no Museu do Oriente, entre outros temas.

1. Como surgiu a tua paixão pela Dança e em particular pela Dança Oriental?
O meu amor por esta forma de comunicar ao qual chamamos dança nasceu comigo. Quem É realmente bailarino sente-o na alma mesmo antes de se reconhecer como pessoa. Eu sentia e sempre reconheci que tinhas nascido para dançar. Lembro-me desde muito cedo (3/4 anos) querer e fascinar-me ver bailados que, os recriava à minha maneira na escola. Percebendo o meu fascínio e vontade, a educadora da altura tratou que eu começasse a ter aulas de ballet e a partir daí nunca mais parei. 
A Dança Oriental surgiu 16 anos depois. E na altura, não fazia ideia que dança era esta e o que primeiramente me chamou atenção foi a música. Esta encantou-me, literalmente. Fiquei MUITO curiosa e um dia fui espreitar uma aula que decorria na academia onde fazia as aulas de ballet. Como sempre, a minha vontade falou alto e tive de experimentar. Só nunca mais parei como, não tendo consciência disso ainda, aquele momento mudaria a minha vida.

2. Quem são as tuas maiores influências artísticas?
Pode parecer estranho mas, a minha maior influência artística é o meu estado de espírito, o meu quotidiano e o que observo dele. Tudo à minha volta serve como inspiração para sentir e criar que depois tem influência direta na minha dança.
Claro que há artistas de todos os géneros que admiro (Madonna, Amália, Joaquim Cortez…), filmes que me arrebatam (o último que fiquei completamente rendida foi o Joker), músicas de todos os tipos que me arrepiam (agora ando numa de nordic music e dance music… adoro!), obras de arte que me chamam a atenção (adoro grafitis), estou ansiosa para ir ver o Cirque du Soleil “Corteo” agora em Janeiro, sempre que assisto a um espetáculo deles fico com centenas de ideias para shows e coreografias. Toda a Arte – que está por toda a parte - tem impacto na minha vida que influencia directa e indirectamente a minha dança. Basta estar atenta… e eu estou.
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3. Para além de Dança Oriental, tens formação em Dança Clássica pela Royal Academy of Dance. Qual o contributo que a Dança Clássica deu à tua dança e quais os contributos que podem dar a uma bailarina de Dança Oriental no geral?
A grande base para me ter tornado a bailarina que sou hoje foi a minha formação na dança clássica. Podemos nascer com o talento mas este tem de ser trabalhado, descodificado, estruturado, estilizado, estudado, disciplinado e reconhecido. O Ballet deu-me tudo isso. Exigiu-me resiliência e aprendi que as duras críticas (raramente recebia elogios) são impulsionadoras de crescimento. Foi-me também um treino mental muito eficaz que não me fazia desistir à primeira dificuldade. Aprendemos a ter consciência que a dança tem uma linguagem muito própria – a técnica – e que tem de ser adquirida através de um professor, em ambiente de aula, e em grupo. Desenvolvemos a capacidade de OUVIR uma música (principalmente as clássicas). Ganhamos controlo e coordenação do corpo que é a nossa matéria de trabalho e sobretudo, aprendemos a valorizar e a respeitar a dança e, o trabalho dos bailarinos em geral. O Ballet dá a estrutura básica que TODOS deveriam ter e é sem duvida uma mais valia para quem faz Dança Oriental, por exemplo: toda a técnica de véu aprendi nas aulas de ballet; a noção de palco e como me deslocar nele também foi das aulas de ballet; muitos movimentos da D.O. Clássica são vocabulário da técnica de ballet; todo o trabalho de braços e posturas também adquiri nas aulas de dança clássica. A coordenação, a musicalidade, a noção de trabalho e compromisso… as vantagens são inúmeras.

4. Foste a primeira bailarina portuguesa escolhida para participar num DVD em que ensinas Dança Oriental. Quando e como surgiu esta oportunidade. 
A oportunidade surgiu da carência no mercado, na altura, de algo do género que já havia de outras danças. Uma produtora percebeu isso, contactou-me (assim do nada), fez-me o convite e eu aceitei de imediato. Foi um dos trabalhos que mais gostei até hoje mas também um grande desafio. Tanto para os produtores e os realizadores como para mim. Para eles porque não percebiam nada de Dança Oriental e para mim, porque ensinar para uma câmara é algo… estranho. Adorei este trabalho porque me deixaram fazer como queria sem entraves ou imposições. Eu escolhi as musicas para o CD e todo o DVD foi da minha responsabilidade. A confiança que depositaram em mim foi-me na altura muito gratificante e, poder dar a conhecer a Dança Oriental ao grande publico - esse que sempre foi um dos meus grandes objetivos - não teve preço. Quando o CD/DVD chegou ao top de vendas, ficando nos primeiros lugares, fiquei muito orgulhosa de mim mesma, algo que todas as bailarinas deveriam sentir: orgulho delas mesmas.
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5. Uma das tuas principais características como bailarina é o facto de seres uma bailarina que apenas faz improvisação. Porque é que não compões peças coreográficas? 
Componho sim… mas para grupos. Só para mim, nunca. Porque é assim que entendo e sinto a Dança Oriental. Quando danço é sem filtros, é como sou, estou e sinto no momento. E, depois de anos a interpretar coreografias (no ballet) decidi que sempre que dançaria Dança Oriental seria de improviso. Funciona também como um desafio que coloco a mim mesma. Serve como motivador a superar-me cada vez que piso um palco. Percebam: eu não tenho um professor que “puxe” por mim, que me corrija ou que me dê ideias. Eu tenho de fazer todo esse trabalho sozinha. Por isso, desenvolvi estratégias que me impulsionem para não cair na monotonia e, a improvisação é uma delas por, a meu ver, ser mais difícil que coreografar. Também porque, grande parte das vezes, não sei o espaço e condições onde vou dançar e assim, é mais prático adaptar-me na hora ao ambiente, local e publico. A Dança Oriental é flexível nessa adaptação e o resultado bem mais eficaz pois vai ao encontro de parte da sua essência: improvisar e entreter.

6. Como professora com vários anos de experiência no ensino desta arte, que características achas que são indispensáveis num professor de Dança Oriental?
Ensino há 17 anos… já vi muita coisa… e já experienciei muita coisa. E cada aula que dou, é-me uma aprendizagem… são autenticas lições de vida. Ninguém me ensinou a leccionar mas sempre tive vontade de o fazer, mesmo antes de conhecer a Dança Oriental. E esta é, a meu ver, a característica principal para um professor: querer sê-lo. E não sê-lo só com o objectivo de ganhar dinheiro e/ou angariar público ou ser “a maneira que tenho para evoluir na dança”. Um professor de Dança Oriental tem mesmo que querer sê-lo. Sem desculpas. Tem de ter a capacidade, querer e saber arranjar estratégias de como partilhar a sua arte e, ter a noção que tem de respeitar e orientar alunos amadores a superarem-se a eles próprios e, aspirantes a profissionais a dignificarem a profissão. Tem de se conhecer muito bem, dar o seu melhor a cada aula e saber os seus limites não tendo receio de os mostrar. Deveria possuir uma técnica exemplar. Deve conhecer grande parte da teoria que sustenta a Dança Oriental e respeitar a sua cultura. Tem de ter uma grande força de vontade porque muitas vezes não é fácil ou não apetece repetir a mesma coisa “3000 vezes”. Perceber que está ali para ensinar, ser professor e não bailarino. Tem de ser inspirador e, acima de tudo tem de ter a noção da responsabilidade que tem nas mãos, pois tudo o que fizer terá impacto na comunidade da Dança Oriental. 
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7. Quais são as maiores dificuldades em ser professor de Dança Oriental em Portugal?
A pergunta podia ser: Quais são as maiores dificuldades em ser professor de Dança em Portugal. Porque acho que as dificuldades que eu sinto, são as mesmas de um professor de outra qualquer dança. As maiores dificuldades são ganhar o respeito e a estabilidade laboral neste sector. Em Portugal, ainda se vê um professor de dança como algo complementar a uma outra profissão “a sério”. Dezassete anos depois ainda acham estranho dedicar-me a 100% ao ensino e à prática da dança e, como consigo viver disso… E essa sim, pela minha experiência, é a maior dor de cabeça. É MUITO difícil viver do ensino e da dança. As condições que grande parte das vezes nos oferecem em locais para dar aulas são ridículas e frustrantes. É duro… como disse: é preciso querer muito. Depois cada vez é mais difícil angariar alunos e mantê-los. Se quando comecei, a grande dificuldade era quebrar com preconceitos em relação à Dança Oriental, hoje em dia a ausência de noção de compromisso por parte de quem quer aprender é enorme. E, fazer ver que aulas não podem ser de graça é um desafio grande, muitas vezes à minha própria paciência.

8. Ao longo da tua carreira, já organizaste vários espectaculos, entre eles “Nos Meus Sonhos”, “Da Mulher”, “Terra Encantada” no Museu do Oriente, entre outros. Como surgiu a ideia para estes espectáculos?
Como bailarina de Dança Oriental, sempre foi meu objectivo levá-la (e elevá-la) para palco e para o grande público. Mas não num palco qualquer e, para o público que não conhecesse ou que fosse cético em relação à Dança Oriental. Foi-me muito difícil ter conseguido aquele palco no Museu do Oriente… mas quando tive o ok… veio a parte que mais gosto em todo o processo de realização de um espectáculo deste: pôr em prática o que imaginei.
As ideias para espectáculos deste género vão-se formando na minha cabeça através das influências que já mencionei e, ficam em “standby” até ser o momento em que tenho o espaço e as condições para os realizar. Com estes três foi exatamente assim. Já os tinha imaginados e quando tive a oportunidade aprofundei-os e consegui pô-los no palco. Apesar de todas as dificuldades que enfrento em organizá-los são-me um orgulho e sinto-me realizada por tê-los feito.


9. Quais os desafios que enfrentas quando organizas um espectáculo deste género?
Ui!!!! Só passando por elas… Repara: eu sou a produtora – tudo sai do meu bolso e montar um show destes é caro… muito caro. Não há apoios nem patrocínios. Eu sou a encenadora – tudo é criação minha e escolho a dedo os artistas convidados e técnicos. E, sou a solista. As dificuldades são inúmeras mas (espectáculos destes) são os grandes impulsionadores da minha carreira. São o meu maior desafio porque vai ao encontro direto do meu grande objectivo enquanto artista e bailarina de Dança Oriental: Dançar - sem competir - aquilo que quero, como quero, onde quero e com quem quero para o grande público que paga para ir ver as minhas criações. Para mim, este devia ser um dos grandes objetivos de todos os bailarinos…

10. Após dois anos de pausa, em Fevereiro de 2020 voltas a reunir-te com a tua amiga e colega Yolanda Rebelo para o evento ‘O Ventre em Nós’. Como surgiu este vosso projecto?
A ideia veio da Yolanda e ela, tal como eu, percebemos que há uma carência no mercado nacional de eventos alternativos aos clássicos festivais. Idealizamos este evento como sendo intimista, informal, personalizado e que não fomente a competitividade mas sim a cooperação que pode surgir com a dança. É um evento que vai ao encontro da Dança Oriental tal como a sentimos e aprendemos. Queremos acima de tudo, passar – a um público que assim o deseja e sente falta – a nossa visão e experiência de anos de prática profissional, estimulando para o auto-conhecimento através da dança, propondo e promovendo a cada aluno estratégias para uma prática saudável e gratificante.

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11. Podes desvendar um pouco do que será esta III Edição de ‘O Ventre em Nós’?
O tema desta edição é: ORIENTAL FOR STAGE - Dá Vida à Bailarina Que Há Em Ti, e iremos propor que cada aluno se supere e que cada espectador se surpreenda. Tal como disse, de uma forma intimista e informal queremos que - através de uma pequena formação mas intensiva onde daremos a aula em conjunto - fazer com que cada aluno eleve a sua dança a um nível que se orgulhe dele mesmo. Que dê VIDA ou um novo alento à sua prática, para dançar com autenticidade em qualquer lugar que deseje, seja num espetáculo, num concurso, numa festa com amigos ou só para ele na intimidade do seu espaço. Iremos também propor um Open Stage, onde eu e a Yolanda convidamos quem quiser a desafiar-se e dançar no palco onde iremos actuar também. Superar desafios dá-nos confiança e acredito que, quando conquistamos um palco, essa confiança transparece em todas as áreas da nossa vida. Para mim, este evento será especial porque marca o meu regresso aos palcos depois de três anos afastada dos mesmos… Estou muito entusiasmada e ansiosa que chegue dia 15 Fevereiro e acho que quem se inscrever não ficará desiludido.



12. Qual a tua visão sobre a Dança Oriental portuguesa actualmente?
Sem dúvida nenhuma, houve um avanço positivo em todos os aspectos desde quando comecei, altura em que ninguém sabia o que era ou tinham uma noção completamente distorcida da Dança Oriental. Neste momento está implementada, muitos dos preconceitos foram quebrados e encontramos professores e bailarinos com nível técnico elevado. Felizmente já vão sendo abertos estúdios só dedicados à Dança Oriental e a actividades relacionadas com ela mas, ainda está longe do patamar que outras danças estão. Embora tenha conquistado terreno e não querendo ser injusta com ninguém, Dança Oriental em Portugal ainda é muito pouco visível e amadora. A meu ver, ainda há muito poucos profissionais que se dediquem inteiramente à Dança Oriental e muitos que fazem desta um hobby. Quer queiram ou não, há diferenças entre um bailarino que faça disto vida e outro que só o faz nos tempos livres ou como complemento a outra profissão. Com isto não quero dizer que um seja melhor que o outro, ou que um dignifique mais a profissão que o outro. O que quero dizer é que, baseada na experiência que tenho, o profissional que se dedica a tempo inteiro exige e exigem mais dele. Tem mais tempo útil para: se dedicar e não ser só bom no que faz mas ser excelente; arranjar estratégias para desenvolver e dinamizar a Dança Oriental em Portugal afim, de mudar de uma vez por todas, a visão ainda muito precária e pouco entusiasmante que o público em geral (não estou a falar do público que são amigos e família) tem da Dança Oriental.

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13. O que achas que se pode fazer para a Dança Oriental se desenvolver mais em Portugal?
Eu acho que falta em Portugal mais profissionais e que o sejam de uma forma séria. Que tenham a coragem de o ser a tempo inteiro. Como já referi, é preciso ter “estômago” para isso porque é muito difícil viver só da dança. Que admitam que têm carências e limites a nível técnico e – principalmente - com a noção que todos temos de “remar” para o mesmo se queremos mais trabalho, mais condições laborais e mais respeito pela Dança Oriental. Acho que toda a comunidade de Dança Oriental deseja mais pessoas a aprender, mais espetáculos e público que pague por eles – e não só saraus para os familiares e amigos das alunas – mais eventos que dêem oportunidades de trabalho aos professores e bailarinos que cá estão – e nós temos muito bons profissionais ao nível dos internacionais - mais festivais que tragam bailarinos e mestres de renome. Todos queremos o mesmo. Mas é preciso que tenhamos visão, cooperação entre todos e muita noção da verdadeira realidade em Portugal.

14. Que dicas dás às bailarinas que estão a surgir e que querem seguir a Dança Oriental de forma profissional?
A nova geração de bailarinas precisa de ser Ousada, Inteligente e Autêntica. Eu, quando decidi que queria fazer disto vida, fui, sem ter noção disso “atirada às feras”. Tive que trepar muitos muros, abrir muitas portas e ir à fonte aprender mais. Angariar aluna a aluna e dançar para um público que se gostava ficava, se não ia embora ou virava a cara. Tudo sozinha, com poucos a incentivar e nunca tive o apoio dos meus pais. Hoje, acho que as novas bailarinas têm a “vida” mais facilitada, estão mais amparadas e têm mais acesso à aprendizagem. Mas, a grande dificuldade que a nova geração enfrenta é a falta de originalidade. Facilmente caem no comodismo de não procurar mais ou de querer mais. E, muito rapidamente desistem quando percebem que há muito pouco “glamour” quando se tem que “andar pelas próprias pernas” e não a reboque do professor ou das controversas competições como forma de ganhar currículo e tempo em palco. Com o evoluir natural da Dança, hoje em dia, a técnica é muito mais exigente e minuciosa que se adaptou às massas mas, tem o seu lado de clonagem que a afasta das suas raízes e essência. Conseguir apreender toda essa técnica, não sendo mais um clone do bailarino X é um verdadeiro desafio. Consegue-se superá-lo com inteligência e ousadia, indo “beber à(s) fonte(s)”. Só conhecendo a cultura que a suporta conseguimos desenvolver a autenticidade que a Dança Oriental quer e grita para que não seja esquecida. Aconselho que passem menos tempo a ver vídeos na net e postar nas redes sociais e ganhem o gosto de aprender ao vivo com professores nacionais (e internacionais sempre que houver oportunidade) que é muito mais eficaz. E estes são os melhores conselhos que dou a uma aspirante bailarina: que tenha a coragem de o ser de uma forma íntegra, que saiba investir e que procure o seu carisma que é isso que a vai diferenciar do resto. 

15. Se te pedisse para nomeares um filme, uma peça de dança e uma música que aches que toda a gente precise de ver e ouvir, quais seriam? E porque é que os escolherias?
Ui… é-me muito difícil escolher só uma obra de cada… Vou nomear as que mais me marcaram e que ainda hoje são-me verdadeiras inspirações. ADORO cinema, por isso, vou escolher três filmes que acho que todos deviam ver, pelo menos uma vez na vida (estes, já os vi várias vezes): “E Tudo o Vento Levou”, de 1943 é um clássico maravilhoso com Vivien Leigh e Clark Gable nos principais papéis, é uma história de superação arrebatadora que dá destaque ao poder e à inteligência que uma mulher tem; “Fight Club” de 1999 com Brad Pitt e Edward Norton, foi um dos filmes que mais me marcou na altura, achei genial… só vendo. E, “American Beauty” também de 1999, com Kevin Spacey, este é OBRIGATÓRIO. É surpreendente! É um filme inspirador onde mostra o poder que temos de decidir o rumo das nossas vidas e que estamos sempre a tempo de a recuperar. Uma peça de dança… eu escolho duas, que a meu ver são obrigatórias assistir ao vivo: o bailado “O Lago dos Cisnes” a versão clássica de qualquer companhia russa, é um autêntico espectáculo de dança tal como idealizamos. E, “Pedro e Inês” o bailado da coreografa Olga Roriz, porque quebra com as regras, como eu gosto. É lindo. Uma música: Moonlight Sonata de Beethoven, oiço-a regularmente e todas as vezes causa-me arrepios. Para mim, é uma das composições mais geniais de todos os tempos.


16. O que é que ainda gostavas de alcançar na tua carreira?
É uma pergunta que me deixa a pensar… Vou ser sincera: Talvez sinta que, neste momento da minha vida, sejam mais sonhos que objectivos concretos a alcançar. Ainda sonho em ter o meu próprio espaço para ensinar e passar a minha visão da Dança Oriental em condições que eu ache dignas. Sonho com apoios e patrocínios para realizar os meus espectáculos. Sonho que esses mesmos espectáculos tenham uma banda ao vivo em vez de CD. Sonho com plateias e aulas cheias. Sonho com a colaboração e o companheirismo dos meus colegas. Sonho com oportunidades. Sonho… ainda tenho tanto para fazer… parece que só agora comecei…

Fantastic Entrevista - Sara Naadirah
Por Rita Pereira
Dezembro 2019