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Segunda Opinião | Danças do Mundo


Estreou no passado dia 4 de março a nova aposta da RTP1 para as noites de Sábado. Danças do Mundo é o nome do talent-show que põe cinco caras femininas da estação  a dançar em 10 países diferentes. Este é um formato original da RTP1 e tem tudo para conquistar o público: concorrente famosas, destinos de sonho, ritmos variados e uma componente cultural muito forte.
Depois de passarem pelo Brasil, Argentina, Cabo Verde, Cuba, República Dominicana, Áustria, Índia, Espanha, S. Tomé e Príncipe e Angola, decorre uma final a 27 de maio, em direto, em Lisboa, nos estúdios da RTP. Nesse momento, as cinco apresentadoras - Jani Gabriel, Vanessa Oliveira, Sónia Araújo, Sílvia Alberto e Tânia Ribas de Oliveira - terão de mostrar aquilo que valem e só uma sairá vencedora. 

Cada episódio tem uma estrutura bem definida, contando com um guião pré-escrito. As participantes recebem no início de cada programa uma chamada de Marco de Camilis, o conhecida coreógrafo que colabora com a RTP há vários anos, rumando depois para o destino em questão. Um dos grandes destaques positivos é precisamente o excelente ritmo conseguido pela montagem e pelo próprio texto do programa. A realização que está a cargo de é também de salientar, com cada plano pensado ao pormenor. 

Apesar de a maioria das situações serem escritas, provocadas e gravadas pelas apresentadoras, o programa é bastante coerente e natural. Porque existem situações – tais como as experiências radicais ou gastronómicas – que são lançadas, mas que acabam por trazer situações espontâneas e imprevistas dos intervenientes.

Danças do Mundo acaba por ser uma mistura entre talent-show e doc-reality, um formato muito pouco usual em Portugal, mas que provavelmente fará falta a uma televisão portuguesa repleta de programas de entretenimento demasiado grandes e cujo factor novidade muitas vezes fica de fora. “Perdidos na Tribo” ou “Grande Aventura”, ambos da TVI, são dois exemplos recentes de programa do género, embora com contextos diferentes – e neste caso sem a componente “talent”.
Quando o projeto foi apresentado ao público, muitas foram as pessoas que criticaram este formato, pelo elevado custo de produção – afinal seria necessário enviar todas as concorrentes e respetiva equipa técnica para os países onde Danças do Mundo foi gravado, para além das restantes despesas. Segundo Daniel Deusdado, esta foi a forma mais eficaz para que o formato resultasse, uma vez que seria quase impossível ter os mesmos resultados trazendo os professores de várias nacionalidades a Portugal, em vez de levar a equipa da RTP até lá.

A justificação é plausível mas não parece ser a mais certa. A verdade é que Danças do Mundo não seria o mesmo programa se fosse gravado em Portugal. Isto, porque todo o espetáculo trazido pelas imagens das várias cidades visitadas e tudo o que ficamos a conhecer dos respetivos países não existiriam. 

A primeira emissão do programa conquistou 5,0% de audiência e 12,0% de share, enquanto que a segunda marcou 5,2% e 11,3%. Um resultado semelhante ao que os programas anteriores atingiam no horário, claramente inferiores ao que seria merecido pelo programa, mas, ainda assim, satisfatórios para o canal. Danças do Mundo manter-se-á no ar durante os próximos dois meses e promete ser a alternativa certa para o horário nobre de sábado.
 Segunda Opinião -  77ª Edição
Uma rubrica em parceria com o Diário da TV