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Fantastic Entrevista | Luísa Ortigoso

 
  FANTASTIC ENTREVISTA 
TEMPORADA 8 / EDIÇÃO 5 / AGOSTO DE 2015

01. A Luísa estreia-se enquanto atriz em 1979, na Companhia de Teatro de Almada. Na altura, com 20 anos, quais eram os seus sonhos a nível profissional?
Na altura, uma parte do sonho estava cumprido. Queria ser atriz, fazer teatro e ali estava eu. A partir daí, o sonho era ser melhor todos os dia e continuar na profissão até ao fim da vida.

02. A sua carreira em televisão inicia-se, de uma forma mais regular, com os papéis do programa Cromos de Portugal. Como foi interpretar várias personagem num programa de apanhados?
Foi um bom exercício. Tinha de resolver as situações de imediato, decidir o rumo a dar aquela história, naquele momento…


03. Segue-se a participação em telenovelas e séries portuguesas. Contudo, em 2001, com a personagem Rosa de Anjo Selvagem, torna-se definitivamente reconhecida pelo público. Como foi interpretar esta cozinheira?
Foi muito agradável. E uma novidade para mim. Nunca tinha interpretado uma personagem como a Rosa.

04. Anjo Selvagem foi a telenovela portuguesa mais longa de sempre, completando mais de 400 episódios de exibição. Como foi participar neste projeto de tanto sucesso?
A equipa (artística e técnica) era fantástica e foram 18 magníficos meses de cumplicidade e camaradagem.

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05. Curiosamente, 10 anos depois, volta a participar numa produção com contornos semelhantes... Falamos, claro, de Bem-Vindos a Beirais. No início, quais eram as expetativas em relação a esta série?
Desde o primeiro dia que pensei que a série tinha tudo para dar certo. Depois dos primeiros ensaios, lembro-me de ter pensado: isto não vai ficar pelos 3 meses. E não ficou.

06. O formato de "Beirais" é diferente do que os outros canais oferecem à mesma hora. Neste caso, falamos de uma série diária, com uma história diferente todos os dias. Acha que este é um dos fatores essenciais para o sucesso da trama?
Absolutamente. Era a característica que, no início, as pessoas mais referiam. Curiosamente, o facto de oferecer uma história diferente em cada episódio, que era referido como uma vantagem por não “obrigar” o espetador a ver todos os dias, acabou por ser o que, ainda hoje, leva a maioria das pessoas a querer ver a série diariamente… “O que é que nos vão trazer, hoje?” – é uma pergunta que as pessoas nos fazem com frequência.

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07. Como foi interpretar a D. Olga? Agora que as gravações da série já terminaram, as saudades já apertam?
Foi magnífico. Não é uma personagem linear (se é que há personagens lineares), apesar de ter uma energia desgastante, os sonhos, manias e “calores” da Olga, traziam sempre surpresas (ela dançou cabaret, namorou, sonhou com as coisas mais fantásticas, “recuperou” arte sacra, foi “atriz” num filme de época, enfim… e o que mais estará para vir…). Foi um enorme prazer e um presente magnífico.

08. Acha que o fim de Beirais foi uma decisão prematura?
O público o dirá. Felizmente, não sou diretora de programas de um canal de televisão.

09. Sabemos que já participou em curtas-metragens. O cinema é uma área que gostaria de explorar mais, a nível profissional?
Absolutamente.

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10. Fora do pequeno ecrã, como é passar um dia com a Luísa Ortigoso?
Pode ser um dia muito monótono… Aproveito para descansar, passear, fazer fotografia (que é uma paixão recente), ler, estudar, ir ao cinema, ao teatro, ouvir e descobrir música, usufruir do prazer estar com a família ,com os amigos… Ir à praça ou ao supermercado, cuidar dos meus gatos maravilhosos,… Enfim, nada que tanta gente, por aí, não faça…

11. De que forma vê a televisão nacional atualmente? Se fosse diretora de programas de um canal, em que tipo de formatos apostaria?
Como disse, ainda bem que não sou diretora de programas de um canal de televisão… Pessoalmente, gostava que se apostasse, mais do que se faz hoje em dia, em séries (sitcoms, séries ou mini séries de época), telefilmes…
12. E a Cultura no nosso país, como a avalia, nos dias de hoje?
A Cultura, continua a não ser uma prioridade. Não existe uma política cultural. O público e os trabalhadores da cultura, navegam por sua conta e risco. Falamos de uma área em que nem sequer existe estatuto profissional, carteira profissional, trabalhamos sem quaisquer direitos… E esta situação acaba, também, por retirar direitos ao público. O direito constitucional do acesso à cultura, da escolha, da fruição cultural.

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13. O que se imagina a fazer, enquanto atriz, daqui a 20 anos?
A exercer a profissão, seguramente. A fazer o quê, concretamente… quem sabe…

14. Escreveu, recentemente, no blog "Manifesto74", o seguinte: "Quando aos 12 anos (...) me perguntaram o que queria ser no futuro, respondi: (...) “Actriz, vou ser actriz!”. Toda a gente se riu. E eu resolvi que nunca mais ia falar sobre o assunto. E não falei". Hoje em dia, orgulha-se da escolha que fez?
Fico, sobretudo, feliz por ter escolhido ser o que desejava, por ter lutado pelo sonho.

15. Quem é a Luísa Ortigoso?
(Risos) Sou uma mulher cheia de defeitos, que tenta ser melhor, fazer melhor e construir melhor, para mim e para os outros. Sou uma mulher de afetos. Sou uma mulher que adora as pessoas, os bichos, a natureza, a arte, a vida. Sou uma mulher que tenta dar o seu contributo no caminho para um mundo de igualdade, solidário, fraterno, onde todos possam SER... 

Fantastic Entrevista // Temporada 8 | Edição 5
por André Oliveira