Header Ads

Especial Globos de Ouro - Antevisão dos Vencedores (Parte 1)

 

A XX gala dos Globos de Ouro, da SIC, acontece já no dia 24 deste mês, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Aquela que é uma das maiores cerimónias da indústria cultural portuguesa recebe, em pleno mês de aniversário do Fantastic Televisão, honras especiais. Até ao fim do mês, o Fantastic vai dedicar-se a um acompanhamento especial do evento, com uma antevisão dos vencedores – dias 15, 19 e 21 – e uma retrospetiva – dia 23 –, além do habitual Duplo Clique, a publicar dia 27 sobre o espetáculo televisivo emitido em direto.
   
Conheça agora a antevisão dos vencedores dos Globos, recordando os melhores projetos e protagonistas nas áreas do Cinema e Teatro, em 2014.




Na categoria de Melhor Filme estão, este ano, nomeados Os Maias, de João Botelho, Os Gatos Não têm Vertigens, de António-Pedro Vasconcelos, O Grande Kilapy, de Zezé Gamboa e A Vida Invisível, de Vítor Gonçalves. Por diversas razões, Os Gatos Não têm Vertigens é um sério candidato ao troféu, dividindo, mesmo assim, as probabilidades com a obra Os Maias. De facto, ambos figuram na lista dos filmes portugueses mais vistos de 2014 (o filme de António-Pedro Vasconcelos marcou 93 mil espetadores, prova da sua popularidade e sucesso junto da crítica).

Os Gatos Não têm Vertigens venceu nove das 15 categorias nas quais estava nomeado nos Prémios Sophia deste ano, nomeadamente as principais de melhor filme, melhor realizador, melhor atriz (Maria do Céu Guerra) e melhor ator (João Jesus). O filme que traça um retrato contemporâneo da sociedade portuguesa recebeu críticas por ser demasiado “telenoveleiro”, mas reuniu mesmo assim a preferência do público, numa altura em que o cinema português luta por deixar cair as barreiras entre cinema “de autor” e cinema “comercial”. Por isso, é um caso de incontestável sucesso, apto a vencer o Globo de Melhor Filme na categoria de Cinema, este ano preenchida por grandes apostas.



Filipe Duarte (pelo filme A Vida Invisível), Graciano Dias (Os Maias), Nuno Lopes (Cadências Obstinadas) e Pedro Inês (Os Maias) são as caras candidatas ao Globo de Melhor Ator de Cinema. Depois de ter ganho o prémio de melhor ator de Televisão nos Prémios Áquila do ano passado (categoria ausente dos Globos de Ouro), Filipe Duarte encontra “concorrência” junto dos seus colegas de profissão como candidato ao Globo. Graciano Dias, graças ao papel que protagonizou como Carlos da Maia no filme de João Botelho, é o favorito à vitória, tendo em conta a popularidade da produção e o seu crescente reconhecimento mediático. Já Pedro Inês, bailarino com formação em dança clássica contemporânea, não parece reunir tanta atenção quanto os seus colegas (dado que se estreou, aliás, no cinema), mas pode surpreender pela sua performance como Carlos da Ega – tendo sido nomeado, ainda nos Prémios Sophia, para Melhor Ator Secundário. 

Também Nuno Lopes conta já com três Globos de Melhor Ator (2006, 2009 e 2013) e sucessivas nomeações, pelo que provavelmente verá o prémio ser entregue a outra pessoa. De destacar, nesta categoria, a ausência de João Jesus, o Jó de Os Gatos Não têm Vertigens. O ator de 23 anos viu o seu talento reconhecido, com todo o mérito, nos Prémios Sophia, provando que merecia figurar também no painel de nomeados.


À categoria de Melhor Atriz de Cinema concorrem Leonor Seixas (no filme Sei lá), Maria do Céu Guerra (Os Gatos Não têm Vertigens), Maria João Pinho (Os Maias e A Vida Invisível) e Sara Barros Leitão (Pecado Fatal). Numa primeira análise, curioso é reparar que são as mesmas personalidades nomeadas anteriormente para Melhor Atriz Principal dos Prémios Sophia, pelos seus papéis em produções emitidas no grande ecrã. Leonor Seixas assumiu parte do protagonismo do romance Sei Lá, de Margarida Rebelo Pinto, chegando ao grande ecrã. Em conjunto com Sara Barros Leitão, que se destacou no drama Pecado Fatal e arrancou elogios com a sua interpretação, as duas atrizes verão, provavelmente, o prémio ser atribuído a outra pessoa.

Maria do Céu Guerra, a Rosa do drama que foi o terceiro filme português mais visto de 2014, apresenta-se com apreciável vantagem, depois de receber o Prémio Sophia de Melhor Atriz Principal. O seu reconhecimento reflete-se no carinho que recebe do grande público, mas Maria João Pinho também pode centrar em si as atenções, tendo conseguido a nomeação para Melhor Atriz Secundária nos Prémios Áquila do ano passado. 




Este ano, concorrem à categoria de Melhor Peça/Espetáculo de Teatro as produções 40 e Então? (de Sónia Aragão), Pedro Páramo (de Miguel Seabra), Punk Rock (de Pedro Carraca) e Tropa Fandanga (de Pedro Zegre Penim, José Maria Vieira Mendes e André Teodósio). A amplitude de registos teatrais nomeados é deveras apreciável. Mais do que isso, até, merece referência o facto de se serem peças conhecidas do público mas talvez não as mais mediatizadas (o que demonstra ecletismo na seleção dos nomeados, estando o Teatro sempre submetido ao gosto das “elites” culturais).
    
Entre todos, é difícil antever o maior candidato à vitória. Certo é que, recorrendo ao critério da popularidade que os nomeados conquistam e ao feedback emitido pela crítica, Tropa Fandanga reúne hipóteses de vencer. A revista, encenada pelo Teatro Praga com um texto sofisticado e inconveniente, sobre os 40 anos do fim da Guerra Colonial, marcou o regresso do género ao Teatro D. Maria II, em 2014. Caso vença, será certamente mais uma afirmação da Revista moderna no panorama artístico português, tão amado por uns e mal-amado por outros.


O elenco de atores nomeados nesta categoria dos Globos de Ouro é, de longe, um dos mais talentosos e multifacetados, deixando assim antever uma “corrida” renhida, no final da qual qualquer um será um digno galardoado. Diogo Infante (pela peça Ode Martíma), Ivo Canelas (Pedro Páramo), José Pedro Gomes (Estamos Todos?) e Paulo Pinto (Cyrano de Brejerac) “discutem” o Globo em registos distintos e largamente apreciados pelo público. Diogo Infante é, sem dúvida, um feliz candidato ao prémio, pela sua prestação soberba em Ode Marítima. Também José Pedro Gomes (nomeado em 2007 para melhor ator no Filme da Treta, então com António Feio) reúne favoritismo, depois de interpretar uma série de personagens em palco com um texto escrito exclusivamente para si.
    
Ivo Canelas é considerado, atualmente, um dos melhores atores portugueses. Foi distinguido em 2008 e 2012 na mesma categoria dos Globos de Ouro e este ano renova a nomeação, repartindo as probabilidades com Paulo Pinto. Numa coincidência feliz para o Teatro, o ator (que participa bastante em Televisão) esteve em cena também com uma adaptação de Cyrano de Brejerac, e “na maior gala do ano”, pode surpreender.


Ana Bustorff (na peça Coriolano), Ana Guiomar (Venus de Vision), Sandra Faleiro (O Retrato de Doryan Grey) e Sara Carinhas (A Farsa) são as notáveis atrizes a caminho do Globo de Ouro de Melhor Atriz de Teatro. Assumindo que todas se destacaram, individualmente, pelas suas performances perante a plateia, torna-se aceite a dificuldade em prever uma vencedora.
    
Ana Guiomar, atriz que tem construído o seu percurso em telenovelas de sucesso, maioritariamente na SIC, merece destaque pela sua primeira nomeação na área nobre que é o Teatro. A jovem atriz contracenou com Pedro Laginha, no papel de uma candidata que surge no momento exato em que o encenador precisa de uma intérprete para a sua obra. O espetáculo foi apresentado no Teatro Aberto, em Lisboa. 

Especial XX Globos de Ouro - Antevisão dos Vencedores (Parte 1)
Uma análise escrita por André Rosa e Rita Pereira