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Fantastic Entrevista | Tiago Castro

 
 FANTASTIC ENTREVISTA 

TEMPORADA 6 / EDIÇÃO 8 / JULHO DE 2014

1 - Começas a tua carreira em televisão antes dos "Morangos", na série "Ora Viva!". Como correu esta experiência e como tudo aconteceu?
Esta foi realmente a minha primeira experiência em televisão. Estávamos em 1999, tinha 16 anos, e frequentava o 2º ano do curso de Teatro, na Balleteatro Escola Profissional. A mãe de um amigo meu trabalhava como anotadora na RTP Porto, e informou-me que haveria um casting para uma série a ser filmada nos estúdio da RTP no Monte da Virgem, em Gaia. Concorri à audição tendo sido avaliado pelo director de actores do projecto, o já falecido actor, Carlos César. Ao terminar a audição, ele disse-me uma coisa que nunca me esquecerei: “Gosto de ti. Tu olhas-me nos olhos quando representas, e isso é o mais importante.” Tive depois a confirmação que tinha ficado com o papel. Foram quase 70 episódios gravados, ao longo de 7 meses. Foi sem dúvida, uma excelente oportunidade para começar a habituar-me a estar em frente ás câmeras e a uma equipa técnica.

2 - Participas em diversas séries e telenovelas, mas é com a personagem 'Crómio' em "Morangos com Açúcar 2" que te tornas conhecido. Como recebeste este papel e como foi trabalhar a personagem? Foi o papel mais marcante da tua vida?
Antes de ser chamado para uma entrevista com o director de projecto dos Morangos, Atilio Riccó, estava a passar na televisão uma campanha publicitária, que eu protagonizava, para o B!Limonada. Foi uma campanha muito cómica e popular, de 5 anúncios num espaço de um ano. Penso que terá vindo daí o interesse na minha participação. O Crómio, era para ter sido um personagem com uma duração curta nos Morangos, de apenas dois meses. Ainda antes do primeiro episódio que participei ir para o ar,  recebi o convite para continuar no elenco. A personagem, que era secundária no início, foi ganhando cada vez mais destaque, acabando por ter sido uma das personagens com mais longevidade da série, num total de 1 ano e 8 meses.  Era uma personagem muito singular e caricata, que eu explorei até aos limites. Tive a sorte de ter uma equipa que sempre me deu liberdade criativa, na construção da personagem. Ela com o tempo foi crescendo e solidificando. Era sempre uma alegria vestir aquele personagem, tive momentos muito bons em plateau. Fo o papel mais marcante da minha vida do ponto de vista mediático, abriu-me sem dúvida muitas portas e trouxe-me o reconhecimento do grande público.


3 - "Valter Matoso... um locutor maravilhoso!" Esta é uma das muitas frases que caracterizam a personagem. Ainda hoje te abordam na rua devido ao "Crómio"?
Sim, abordam. Apesar da série já ter sido repetida várias vez, como o é agora no canal +TVI, ainda há muita gente que se lembra de ver a minha personagem há 8 anos atrás. Penso que a 2ª e 3ª temporada dos Morangos foram as mais marcantes. Ainda muita gente me fala das saudades que têm desses tempos.

4 - Estiveste no ar, nos "Morangos", ao longo de um ano e meio, aproximadamente. Achas que ficarás associado para sempre à personagem?
Antes do Crómio, desde que comecei a fazer Teatro, eu já tinha interpretado talvez mais de 30 personagens diferentes. Houve personagens, que em meios mais pequenos tiveram tanto ou mais impacto que o Crómio. Por ter sido o projecto mais mediático, sei que vou ficar sem dúvida associado pelo grande público aquela personagem, por ter sido a primeira com tanto impacto. Mas espero ficar associado a outros personagens que pretendo fazer no futuro, com ainda mais impacto, e se tudo correr como eu espero, pela vasta carreira que eu pretendo ter.

5 - Depois dos "Morangos" segue-se a participação em "Fascínios", como Fábio, um paparazzi com os objetivos bem definidos. Como foi integrar este elenco?
Foram dois projectos completamente diferentes. Dois personagens antagónicos. O Fábio não era tão complexo como o Crómio, era mais discreto, para além de ter também menos importância na trama. Embora tivesse ficado satisfeito com o resultado, gostava de ter dado outra profundidade ao personagem. 

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6 - Desde então, nunca mais te vimos em televisão. Falta de convites ou opção?
Após acabar de gravar a “Fascínios” tive cerca de 2 meses sem convites. Quando apareceu a hipotese de poder integrar outro projecto, já me tinha inscrito e decidido estudar no EUA, em NY. Já estava de malas feitas e não deu para voltar para trás.

7 -Por onde tens andado ao longo dos últimos 6 anos?
Desde 2008 até Fevereiro de 2014 residi em Nova Iorque nos Estados Unidos. Frequentei um curso de 2 anos que terminei em 2010. Na altura ainda não tinha a certeza se iria continuar no EUA, especialmente por ser um país, onde todo o processo burocrático para um estrangeiro ter permissão para trabalhar e residir é muito complicado.Vim a saber mesmo no final do curso, que devido à minha experiência como actor em Portugal, poderia candidatar-me ao Greencard (Visto de Residência Permanente). Muitos imigrantes no EUA sonham com este visto, e a mim quase que me caiu do céu. Vi muitos amigos de curso terem de voltar para os seus países, e eu não podia desperdiçar a oportunidade de tentar a minha sorte na América. Arranjei um agente, e fiz principalmente anúncios de televisão, para marcas como a BIC, ESPN, Verizon, Xbox... fiz  teatro off-broadway com destaque para uma peça chamada “Pinochio’s Ashes” que teve uma excelente crítica do New York Times. E fiz algum cinema, destacando-se uma curta-metragem premiada no Manhattan Film Festival chamada “Celeste”, e uma longa metragem chamada “Jersey Shore Massacre” que terá estreia mundial em Agosto de 2014. Cheguei em Fevereiro deste ano a Portugal, onde estive uma temporada, com a peça “A Cena” de Valère Novarina, no TeCa, no Porto.

8 - Gostarias de voltar a participar numa telenovela ou série nacional?
Sim, claro que sim.

9 - Cinema e teatro são outros dos teus objetivos enquanto profissional?
Eu venho do Teatro, e ele sempre teve presente na minha vida. Ganhei com a minha experiência nos Estados Unidos, principalmente na escola que frequentei, uma paixão intensa pela arte de reprentar em cinema. Como se diz nos Estados Unidos: “O grande ecran capta tudo e não deixa o publico ser enganado.” Há no cinema, uma verdade na representação do actor que não pode ser disfarçada. Num grande plano até um tremelique do olho tem importância. Ou se é verdadeiro na interpretação da personagem, ou o público repara logo.

10 - No regresso a Portugal, como tem sido o contacto com os fãs, na rua?
Tem sido mais calmo, não tem nada a ver com a intensidade que houve quando estive no Morangos. Agora os que me abordam, são aqueles que nunca se esqueceram da minha personagem e que os marcou. Por isso, quando acontece, é sempre com muito carinho e respeito, o que me deixa bastante feliz. Claro que ainda há um ou outro que ainda grita do outro lado da rua: “Olhó Crómio!!!”

 

11 - Quais os projetos que se seguem?
Agora faço parte de um elenco de uma nova série cómica, dirigida por David Rebordão, chamada “Rapidinhas”, um projecto que passa na Internet. O primeiro episódio, que eu integro chama-se “Gases conjugais”.  Em Julho de 2014 começo ensaios para uma peça a estrear em Setembro em Lisboa.

12 - Ser ator é um sonho para toda a vida? O que te falta fazer?
Para além de ser um sonho é uma responsabilidade. Muita gente se debate com o que quer ser na vida, de que forma se vão integrar na sociedade, o que podem trazer de bom a este mundo.Eu felizmente descobri, que é na representação que está o meu talento e o meu meio de expressão. Tudo o que me falta  fazer vai sempre afectar a minha vida de actor, pois ela cresce com cada nova experiência que passo na minha vida. Por isso falta-me fazer muita coisa, sou um curioso pelo ser humano.

RESPOSTA RÁPIDA

 Foto de: Tiago Castro
Um filme: Despertar da Mente.
Um ator: Geoffrey Rush.
Uma música: Bohemian Rapsody.
Uma personagem: Amelie Poulin.
Um programa de televisão: Heman Enciclopédia.
Um sonho: Ver a Terra do espaço.
Um destino de sonho: Bali.
Um ideal de vida: Enfrentar o medo, questioná-lo e ultrapassá-lo.
O Tiago Castro é... uma pessoa nova todos os dias.